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Paulo Pimenta afirma que imprensa trata propina para Aécio como "cota"

Parlamentar questiona, ainda, ausência de depoimento de FHC na operação Zelotes

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O deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) questionou a forma como a grande imprensa vem tratando a informação que veio à tona sobre o dinheiro desviado de Furnas e direcionado ao senador Aécio Neves (PSDB-MG), conforme depoimento do delator Fernando Moura. Em vídeo publicado em sua página no Facebook, Pimenta afirma que, no caso no tucano, a mídia evita usar as palavras "propina" e "desvio de dinheiro", e prefere o termo "cota".

"A cada dia que passa a grande imprensa brasileira e setores da Polícia Federal conseguem se superar na sua disposição de manipular a verdade, prejudicar o Partido dos Trabalhadores, proteger seus apaniguados e perseguir o presidente Lula. Um delator do esquema da Lava Jato, Fernando Moura, foi categórico quando disse que o esquema de corrupção de Furnas garantia que 1/3 fosse para Aécio Neves. Os jornais trataram de maneira constrangida, mas, o que é pior, a matéria do jornal 'Estadão' afirma: 'Delator diz que Aécio teve cota na direção de Furnas'. Cota! Então, para o Aécio não é propina, para o Aécio não é corrupção, o 1/3 do dinheiro desviado que ia para o Aécio a imprensa trata como cota", disse Pimenta.

O parlamentar questiona, também, a conduta do delegado Marlon Cajardo, da Polícia Federal, que vinha, pela operação Zelotes, investigando sonegação fiscal de mais de R$ 20 bilhões no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, vinculado ao Ministério da Fazenda, e que, de repente, mudou o foco da investigação para a compra de Medidas Provisórias. Segundo Pimenta, o delegado da PF extrapolou suas prerrogativas para aparecer no 'Jornal Nacional' e negligenciou os grandes sonegadores na operação. Pimenta denuncia, ainda, a diferença de tratamento dispensada aos ex-presidentes Lula e Fernando Henrique Cardoso.

"O delegado Marlon Cajado, que conduz a operação Zelotes, está conseguindo a cada dia revelar que perdeu toda a liturgia do cargo e se tornou um militante da causa contra o PT, contra o governo e contra o Lula. Aliás, delegado, o senhor começou investigando uma denúncia do Carf de grandes sonegadores que roubaram mais de R$ 20 bilhões. Onde é que estão as denúncias, delegado? Parou com essa investigação e abriu uma investigação sobre suposta venda de Medidas Provisórias, MP que foi editada pelo Fernando Henrique, a quem o senhor nunca chamou para depor. E agora anunciar que existe um inquérito paralelo e que o senhor está investigando a possibilidade de o presidente Lula ter alguma participação nesse episódio? Se há poucos dias o senhor chamou o presidente Lula para falar como informante, abrindo mão de suas prerrogativas constitucionais para colaborar com a justiça?", pergunta o parlamentar.