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Ida de Dilma ao Congresso afasta processo de impeachment

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A presença da presidente Dilma Rousseff na sessão de abertura dos trabalhos do Congresso Nacional, nesta terça-feira (2), é mais um sinal de que o processo de impeachment da chefe do Executivo na Câmara dos Deputados vai ficando cada dia mais distante.

Para o líder do governo, deputado José Guimarães (PT-CE), um sinal claro é que, apesar das vaias que surgiram quando Dilma retomou o assunto da CPMF, os aplausos, que segundo ele foram de dois terços do Plenário, 

"Opinei há 15 dias que a presidenta deveria vir ao Congresso, eu tinha essa convicção de que era preciso enfrentar. Mais de dois terços aplaudiu e apoiou a decisão [de comparecer à sessão]. As vaias foram poucas e até os cartazes que a oposição levantou são de três anos atrás, é música de uma nota só", afirmou o líder.

Além da aproximação entre Executivo e Legislativo, Guimarães destacou a importância de a presidente ir pessoalmente apresentar reformas que o governo julga necessárias. "O debate democrático pelo diálogo é a melhor maneira de encontrarmos o caminho do crescimento. Dilma apresentou ao Congresso as bases para as reformas que são necessárias", disse o deputado, referindo-se à reforma da Previdência.

Crítico da fala da presidente, o líder do Psol, deputado Chico Alencar (RJ), disse que temas como ajuste fiscal e reforma da Previdência ainda precisam ser compatibilizados com o discurso de campanha de Dilma, mas o parlamentar elogiou a tentativa do governo, expressado no discurso da presidente, de taxar ganhos elevados de capital e de renda.

O líder da bancada do Psol acredita que a ida de Dilma enfraquece ainda mais a ameaça do impeachment, aceito em dezembro do ano passado pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

"O que valeu mesmo foi o gesto de ir ao Congresso e tentar abrir um diálogo com o Parlamento. Ninguém mais fala de impeachment, só Eduardo Cunha foi quem falou no assunto", resumiu o líder do Psol.

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