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Haddad critica violência vista em protestos em São Paulo

"Nós queremos que nossa cidade continue sendo um palco de democracia"

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O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), destacou nesta quarta-feira (13) que viu com "preocupação" os episódios de violência vistos durante o protesto contra o aumento da tarifa do transporte público na véspera. Haddad salienta que é importante que as pessoas possam se manifestar livremente.

Mais de dez pessoas foram detidas e cerca de 20 ficaram feridas na manifestação, entre elas uma grávida que levou um chute de um policial. Um estudante foi atingido por uma bomba e teve que passar por uma cirurgia na mão, e ainda corre o risco de perder os movimentos dela. 

"Nós vimos com muita preocupação [os episódios do protesto]. As cenas são muito incompatíveis com a cidade de São Paulo e o que a gente deseja. São Paulo é palco de manifestações, este ano passado tivemos várias com 40 mil pessoas, 30 mil pessoas, sem incidentes. Nós queremos que a nossa cidade continue sendo um palco de democracia onde as pessoas possam se manifestar livremente", disse o prefeito."A preocupação é grande com as cenas que foram colhidas ontem", completou.

O secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo, Alexandre de Moraes, disse nesta quarta que depois de reunião com o comando das polícias Militar e Civil no final de semana, ficou decidido que se os movimentos que fizerem manifestações na cidade não informarem previamente o percurso da passeata, quem definirá isto será a secretaria e polícia. De acordo com ele, a não definição prévia, por parte do Movimento Passe Livre (MPL), foi o estopim para que a Polícia Militar reagisse para dispersar os manifestantes.

O prefeito informou que telefonou para o governador Geraldo Alckmin (PSDB), pedindo para ele "se associar à prefeitura" no pedido feito ao Ministério Público, para que "promova uma mediação necessária para repelir toda e qualquer violência entre Polícia Militar e manifestantes". Alckmin aceitou integrar o pedido. 

"Ele disse que concorda com esta orientação e ficou de fazer chegar ao Ministério público e ao procurador-geral o pedido também do estado para que eles intervenham e nós possamos voltar à normalidade", completou o prefeito.

Eduardo Suplicy, secretário de Direitos Humanos da Prefeitura de São Paulo, comentou em conta em rede social que terá nesta quarta um novo diálogo com o Promotor de Justiça Eduardo Valério "sobre a forma tão violenta com que a PM ontem reprimiu as manifestações em São Paulo". 

"Quando o comando da PM dialogava com os representantes do Movimento Passe Livre sobre o roteiro da manifestação começaram as explosões de bombas que generalizaram os conflitos. É necessário um esforço do MP para mediar um entendimento para que não se repitam os tristes episódios de violência e se garanta o direito à livre manifestação", disse o secretário de Direitos Humanos.