ASSINE
search button

"É o capitão do golpe", diz Ciro Gomes sobre Michel Temer

Ex-ministro fez pesadas críticas ao vice e afirmou que tem documentos contra ele

Compartilhar

O ex-ministro Ciro Gomes fez um pesado ataque ao vice-presidente Michel Temer, classificando-o como o "capitão do golpe" para derrubar a presidente Dilma Rousseff. Ciro inclusive afirmou que Temer não vai assumir a presidência em caso de afastamento de Dilma porque ele próprio iria entrar com pedido de impeachment do peemedebista. "Se ele for, quem vai entrar com pedido de impeachment no primeiro dia sou eu. E quero anunciar pro Brasil: já estou com cópia dos decretos de pedalada fiscal que ele assinou como interino da Presidência da República. Só para você ver como a molecagem funciona no Brasil". 

As declarações foram feitas em entrevista realizada para o programa "Mariana Godoy Entrevista" na última sexta feira (4). Para Ciro Gomes, Temer estaria articulando o "golpe" junto com o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que abriu o processo de impeachment contra Dilma: "O Eduardo Cunha está vendo nesta possibilidade de derrubar a Dilma a salvação do mandato dele, com o possível governo do sócio e amigo dele, íntimo, que é o Michel Temer. Isso é o que está acontecendo no Brasil." 

No sábado (5), a presidente Dilma afirmou, durante viagem ao Recife, que espera "integral confiança" do vice Michel Temer (PMDB) diante do pedido de impeachment acolhido pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

"Eu espero integral confiança do Michel Temer. E tenho certeza que ele dará... ao longo desse tempo eu desenvolvi a minha relação com ele e conheço o Temer como pessoa, como político e como grande constitucionalista", disse Dilma. 

>> "Espero integral confiança de Michel Temer", diz Dilma

Por sua vez, Temer almoçou sábado com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), alimentando as especulações de que já estaria articulando alianças para um hipotético governo, caso Dilma sofra impeachment. 

>> Temer se encontra com Alckmin em São Paulo

Em meio ao cenário tenso após a abertura do processo de impeachment, e as dúvidas com relação à posição do PMDB,  Michel Temer afirmou, em entrevista ao jornalista Josias de Souza, que jamais seria desleal às instituições. “Nesta situação tensa que existe no momento, não quero praticar deslealdade institucional. Isso eu jamais praticaria.”

Temer discursa pela reunificação do país: “Seja sob o império da presidente Dilma ou de qualquer um que chegue ao poder, é preciso reunificar o país. Precisamos de uma absoluta pacificação nacional. Todas as mentalidades partidárias deveriam se unir. Seja agora, sob o império da presidente, ou sob qualquer outro império, tem que haver uma coalizão nacional. Até acho que, se a presidente Dilma fizesse essa coalizão nacional, com todos os partidos, o país sairia desse embaraço em que se encontra.”