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'WSJ': Samarco terá que arcar sozinha com a indenização de R$ 20 bilhões

BHP Billinton comunicou que a responsável legal pela mineradora é a Samarco

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Matéria publicada nesta terça-feira (1), no The Wall Street Journal, por Rhiannon Hoyle e Alex MacDonald, fala que as ações da BHP Billiton  caíram para um valor negativo de - 2%, fato que não acontecia ha 10 anos, desde que o governo brasileiro anunciou que vai processar a mineradora Vale SA, por conta da tragédia no início de novembro, quando uma represa da mineradora Samarco, do mesmo grupo, causou danos ambientais, ainda imensuráveis, e invadiu cidades, destruindo casas e estabelecimentos. O processo vai exigir indemnização de cerca de 20 bilhões de reais (US $ 5,2 bilhões). A verba será destinada para a recuperação do Rio Doce, contaminado com a quebra da barragem que impedia a contaminação por resíduos. O fato aconteceu no dia 5 de novembro, em uma mineradora de ferro da empresa Samarco, no estado de Minas Gerais, no Brasil. Pelo menos 13 pessoas morreram e seis continuam desaparecidas. O estouro da represa liberou uma quantidade de resíduos que a ONU considerou "tóxica", transformando a água do Rio Doce e enviando o mesmo material para o Oceano Atlântico. Centenas de pessoas foram desabrigadas e comunidades inteiras foram destruídas.

A reportagem conta que as ações da BHP em Londres caíram 4% no dia, para um mínimo de 775.1 pence por ação, valor mais baixo em sete anos, enquanto suas ações em Sydney fecharam em baixa de 18,09 dólares australianos (US $ 13,01) por ação, maior queda em 10 anos. A BHP, maior mineradora do mundo em valor de mercado, disse em um comunicado à imprensa que não foi formalmente notificada sobre a ação civil mas "irá avaliar o caso, uma vez que foi apresentado." BHP e a Vale já disseram que a Samarco, empresa do mesmo grupo, é a responsável legal pelo incidente. BHP disse que se comprometeu "em apoiar a Samarco a reconstruir a comunidade e restaurar o ambiente afetado pela queda das barragens". A Samarco, propriedade da BHP e da Vale, opera a mina que causou a tragédia. Na sexta-feira (27), a Vale e a BHP informaram que criarão um fundo voluntário de esforços para reabilitar o sistema de águas do Rio Doce, embora não tenham especificado quanto dinheiro disponibilizariam para tal ação. O incidente na barragem colocou uma nova pressão financeira sobre a BHP, que já foi contestada pela queda dos preços das mercadorias que vende, principalmente o minério de ferro.