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"Janot está queimando etapas porque quer rapidez", diz Dalmo Dallari

Jurista afirmou que o mais adequado seria o STF ter encaminhado a Renan as gravações

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O jurista Dalmo Dallari criticou, nesta sexta-feira (27), o fato de o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ter enviado antecipadamente ao presidente do Senado Renan Calheiros a gravação que levou o senador Delcídio do Amaral à prisão. Para Dallari, o procurador-geral da República “está queimando etapas porque quer que as coisas andem rapidamente”. Segundo Dallari, “o caminho adequado para a comunicação ao Senado seria o Supremo Tribunal Federal”.

De acordo com publicações na imprensa, Janot gravou os diálogos em um pen-drive e mandou entregar num envelope lacrado a Renan antes do vazamento das gravações à imprensa.

Dallari comentou ainda que “há várias questões em aberto sobre o caso”. De acordo com Dallari, “o problema não foi encerrado". "Há dúvidas, por exemplo, sobre a caracterização do flagrante. Pegaram vários elementos para tentar configurar um flagrante. A discussão sobre isso é básica e fundamental”, destaca Dallari.

O senador Delcídio do Amaral (PT-MS), ex-tucano que fez parte da diretoria de Gás e Energia da Petrobras durante o Escândalo do Apagão, a crise de energia de 2000/2001 no governo de Fernando Henrique Cardoso, foi preso na quarta-feira (25/11) pela Polícia Federal por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki, sob a acusação de oferecimento de vantagem à família de Nestor Cerveró, ex-diretor da área Internacional da Petrobras. Segundo as investigações, Delcídio queria evitar que Cerveró fechasse acordo de delação premiada ou, se o fizesse, não citasse o parlamentar. O áudio foi gravado pelo filho de Cerveró, Bernardo Cerveró.

Além de Delcídio, foram  presos o banqueiro André Esteves, do banco BTG Pactual, o chefe de gabinete de Delcídio, Diogo Ferreira, e na sexta-feira (27/11) foi detido o advogado Edson Ribeiro, que defendeu Cerveró.