Apontado como o possível candidato do PDT à Presidência da República em 2018, o ex-ministro Ciro Gomes voltou a acusar o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de acordos que mancham a imagem do Parlamento. Em sua página no Facebook, Ciro disse que acredita na cassação de Cunha pelo Conselho de Ética e que só ela resgataria a credibilidade do Congresso Nacional.
"Acho que sim (que Cunha será cassado). Não é possível que o Parlamento brasileiro ainda sobreviva com o mínimo de respeitabilidade popular sem resolver esse câncer", afirmou Ciro, que em setembro deixou o Pros para se filiar ao PDT.
Ex-ministro da Fazenda de Itamar Franco e da Integração Nacional no governo do ex-presidente Lula, Ciro acusou Cunha de acordos escusos que o levaram à Presidência da Câmara. "O cabra é enrolado em tudo o que não presta desde não sei quando, todo mundo sabia disso e votou nele porque recebeu uma bandinha do cabra, mas agora foi pego, não tem mais saída".
Questionado se o vice-presidente Michel Temer tem relações com Cunha, Ciro afirmou que o presidente nacional do PMDB é "parceirão de longa data, íntimo do Eduardo Cunha". Segundo o ex-ministro, Temer, na época presidente da Câmara, favoreceu lobby que favoreceu a Fiesp ao permitir que Cunha apresentasse, como deputado, emenda à Medida Provisória do Minha Casa Minha Vida.
"(Temer é) parceirão de longa data, íntimo do Eduardo Cunha. Vocês deveriam pesquisar quem foi que relatou a Medida Provisória do Minha Casa Minha Vida quando (Temer) era presidente da Câmara e Eduardo Cunha recebeu dele essa tarefa e apresentou uma emenda criando um crédito superior a R$ 80 bilhões para atender a um lobby da Fiesp. Denunciei isso na época, a presença do lobista lá dentro, para o próprio Michel Temer", disse Ciro Gomes.
Por Eduardo Miranda