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Patrimônio de Eduardo Cunha aumentou 214% de 2002 a 2014, afirma PGR 

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A Procuradoria-Geral da República informou nesta sexta-feira (16) que há indícios suficientes de que as contas do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), na Suíça não foram declaradas e "são produto de crime". Em nota, a PGR afirma que não há mais dúvidas sobre a titularidade das contas em relação a Cunha e a sua mulher, Eduardo Cunha.

"Em relação à titularidade das contas objeto da transferência de processo por parte da Suíça, o procurador-geral em exercício explica que não há a menor dúvida de sua vinculação com Eduardo Cunha e Cláudia Cruz. Para ele, os elementos neste sentido são abundantes e evidentes. 'Há cópias de passaportes - inclusive diplomáticos - do casal, endereço residencial, números de telefones do Congresso Nacional e do Palácio do Planalto', diz. Seu patrimônio estimado, à época da abertura da conta, era de aproximadamente 16 milhões de dólares. Atualmente, o patrimônio declarado dele [Cunha] é de R$ 1,6 milhão, conforme suas declarações de patrimônio à Justiça Eleitoral. Em 2002, o valor declarado era de R$ 525.768,00. Para o procurador-geral em exercício, há indícios suficientes de que as contas no exterior não foram declaradas e, ao menos em relação a Eduardo Cunha, são produto de crime", informou o Ministério Público Federal.

O relatório aponta Cunha e sua mulher como proprietários de oito carros de luxo, entre eles dois veículos da marca Porsche, BMW e Land Rover. Os automóveis estão registrados nas empresas atribuídas a Cunha e Claudia Cruz, a C3 Produções e Jesus.com.

A PGR também informou que Cunha tem conta no Banco Merril Lynch, nos Estados Unidos, há mais de 20 anos. Conforme o banco, o presidente da Câmara "é um cliente de perfil agressivo e com interesse em crescimento patrimonial”.

“Sua fortuna seria oriunda de aplicações no mercado financeiro local e do investimento no mercado imobiliário carioca. Há também referências à sua antiga função de presidente da Telerj. Seu patrimônio estimado, à época da abertura da conta, era de aproximadamente US$ 16 milhões”, destacou a PGR.

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Com a abertura de inquérito, Eduardo Cunha passou a ser alvo de dois processos no Supremo, originados a partir das investigações da Operação Lava Jato. Em agosto, Janot denunciou o presidente da Câmara dos Deputados pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.

Na denúncia apresentada ao Supremo, Janot afirmou que Eduardo Cunha recebeu U$S 5 milhões por meio de empresas sediadas no exterior e de fachada em um contrato de navios-sonda da Petrobras.

Desde o início das investigações, Cunha refirma que não recebeu propina e que não tem contas no exterior. Ontem (15) os advogados do deputado pediram ao STF que a investigação seja colocada em sigilo por envolver seus familiares.

O Ministério Público do Brasil pediu ao MP da Suíça a continuidade das cooperações entre os países para que as investigações avancem.

Nesta quinta-feira (15), o ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou abertura de mais uma investigação contra Eduardo Cunha por lavagem de dinheiro e corrupção passiva, no âmbito da operação Lava Jato.

Por Eduardo Miranda, com informações da Agência Brasil