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Empresário Wagner Canhedo Filho é preso por fraude fiscal e lavagem de dinheiro

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Na manhã desta sexta-feira (9), a Polícia Federal prendeu o empresário Wagner Canhedo Filho. De acordo com a Procuradoria da República do DF, o empresário é investigado pelos crimes de fraude à execução, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e associação criminosa. 

A Procuradoria da Fazenda Nacional (PFN) estima que as fraudes cometidas pelo grupo Canhedo, que atua nos setores de hotelaria e de transportes na capital federal, tenham causado um prejuízo de R$ 875 milhões aos cofres públicos. 

A Justiça determinou a prisão preventiva de Canhedo a pedido do Ministério Público Federal (MPF). Segundo a PF, Canhedo Filho foi preso em casa, em Brasília, por volta das 7h. Canhedo Filho é o principal gestor do grupo Canhedo. Ele é dono da empresa de transportes Viplan, que operou na capital federal por 44 anos. 

Em maio, Canhedo Filho foi preso em flagrante por porte ilegal de armas, na Operação Patriota, deflagrada PF e pela Procuradoria da Fazenda Nacional. Na ocasião, ele pagou fiança e foi liberado no mesmo dia.

Em nota, o MPF informou que, com a prisão do empresário, os investigadores pretendem garantir “o fim de práticas adotadas com o propósito de impedir a execução de dívidas tributárias” por parte dos gestores do Grupo Canhedo. Na década de 1990 a família Canhedo comprou a Viação Aérea São Paulo (Vasp), que decretou falência em 2008, com dívidas superiores a R$ 1,5 bilhão.

Na Operação Patriota, a Polícia Federal, o Ministério Público Federal e a Procuradoria da Fazenda Nacional identificaram que empresas de fachada eram usadas pelos gestores do Grupo Canhedo para ocultar o faturamento das empresas em débito com a Receita Federal.

Naquele momento, a suspeita era a de que Canhedo Filho usava empresas fantasmas, abertas em nomes de laranjas, para movimentar o dinheiro arrecadado pelo complexo empresarial, impedindo, dessa forma, o cumprimento de execuções fiscais. A apuração já identificou pelo menos seis empresas que teriam sido usadas na prática.

Em agosto, os investigadores reuniram novas informações que revelaram que o empresário mantém a prática criminosa. “Canhedo Filho migrou seu esquema para a utilização de outras empresas, até então não conhecidas e também não atingidas pelos bloqueios judiciais, no âmbito da Execução Fiscal, dentre as quais seguramente a Cooperativa de Transportes Alternativos e Autônomos do DF”, afirmou o MPF no pedido de prisão enviado à Justiça.

De acordo o com MPF, no dia 28 de agosto, o empresário sacou mais de R$ 1,2 milhão de uma conta bancária em nome da Cooperativa que, anteriormente, havia recebido depósitos vultosos da principal empresa do grupo. Em depoimento à polícia, o responsável pela cooperativa Coota-DF, Gilbson Luna Gadelha, confirmou as suspeitas de que Canhedo Filha usa a entidade para movimentar o esquema fraudulento.

Além da prisão, também foi solicitado que o empresário seja proibido de deixar o país. Os investigadores justificam que diante do “robusto” poder econômico, o risco de fuga é “inafastável”, o que poderia colocar em risco a aplicação da lei penal.

Com Agência Brasil