Deputados federais protocolam na tarde desta quarta-feira (7), na Corregedoria da Câmara, uma representação contra o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB), por quebra de decoro parlamentar. A ação é baseada nos artigos 4º e 18º do Código de Ética da Câmara dos Deputados.
O primeiro artigo diz respeito às declarações de Cunha na CPI da Petrobras, em março deste ano, quando o deputado negou ter contas no exterior. O segundo artigo se relaciona à omissão dessas contas na declaração do imposto de renda de Cunha.
O Ministério Público da Suíça comunicou ao presidente da Câmara sobre o congelamento das contas que ele e a família mantinham no país, nesta terça-feira (7). Os procuradores suíços já haviam enviado os autos da investigação de Cunha por suspeita de lavagem de dinheiro e corrupção passiva par ao Brasil.
>> MP da Suíça informou a Cunha sobre congelamento de contas
O deputado Ivan Valente (PSOL-SP) denunciou na semana passada as manobras de Eduardo Cunha para garantir o financiamento empresarial de campanhas e a blindagem dos partidos que tentam protegê-lo ao não aprovar sua convocação para depor na CPI da Petrobras. Para Valente, Cunha tem que deixar a presidência da Câmara imediatamente, e também dar explicações sobre as denúncias relacionadas à Lava Jato e sobre as suas contas na Suíça.
"O Brasil espera que Cunha deixe a presidência da Câmara imediatamente e esclareça essas denúncias. Nós do Psol pedimos há muito, em defesa da democracia, que ele saia da presidência e não utilize o cargo para impedir investigações, manobrar na CPI da Petrobras ou chantagear partidos e governo", declarou Ivan Valente
Por Pamela Mascarenhas