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Cardozo diz que não vê "prejuízo nenhum" no fatiamento da Lava Jato 

Ministro Gilmar Mendes afirmou que desmembramento da operação é "desnecessário"

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O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse, nesta sexta-feira (25), que não vê "prejuízo nenhum" na decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de "fatiar" as investigações da Operação Lava Jato e retirar da Justiça Federal do Paraná para transferir um dos processos à Justiça Federal de São Paulo 

"Nesse caso, às vezes, há uma especulação indevida porque o que se está discutindo é uma regra de competência. Não existe um juízo universal para tratar de todos os assuntos que não sejam fatos conexos. Se o Supremo entendeu que há certos fatos que não são conexos, que vá para outras unidades investigarem e julgarem", afirmou Cardozo, após evento na Assembleia Legislativa de São Paulo.

O ministro disse a conotação da discussão é "um pouco equivocada" e que a decisão do Supremo deve ser respeitada. "Acho que essa discussão tem uma conotação um pouco equivocada. Se o Supremo entendeu assim, que assim seja. Não vejo prejuízo nenhum para nada, em nenhuma investigação. Nós temos bons juízes, bons delegados, bons procuradores em várias unidades da República", acrescentou o ministro.

Já o ministro do STF Gilmar Mendes disse, em almoço no Instituto dos Advogados de São Paulo (Iasp), considerou desnecessário o desmembramento da operação. "Era desnecessário e não precisava chegar a esse ponto", afirmou o ministro. "Essa foi a posição que eu e o ministro Celso defendemos e me parece que essa era a posição correta".

O ministro aproveitou o espaço para criticar as chamadas "pedaladas fiscais" do governo que estão sendo julgadas no Tribunal de Contas da União (TCU) e avaliou as práticas como "gambiarras institucionais". 

"O Brasil precisa encerrar a fase das gambiarras institucionais. De gambiarra em gambiarra é que estamos na situação econômica que estamos hoje. As pedaladas: as pedaladas nada mais são do que gambiarras", atacou.