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Com viagem de Dilma aos EUA, reforma ministerial fica para a semana que vem

Em nota, Secom diz que partidos da base aliada solicitaram adiamento do anúncio

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O anúncio da reforma administrativa e ministerial, que seria feito nesta quinta-feira (24), ficou para a semana que vem. A presidente Dilma Rousseff embarcou para Nova York, onde fará o discurso de abertura da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).

A Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República divulgou nota nesta quinta-feira (24) sobre a reforma administrativa. Confira a íntegra:

"A presidenta Dilma Rousseff está efetivando proveitoso diálogo com os partidos políticos com representação no Congresso Nacional. O objetivo é realizar uma reforma administrativa que amplie a eficiência e a boa gestão dos recursos públicos, bem como assegure a estabilidade política e econômica do Brasil. Alguns dos partidos que integram a base aliada solicitaram o adiamento do anúncio da nova composição ministerial, para que mais consultas possam ser realizadas. Assim sendo, a conclusão e o devido anúncio da reforma administrativa e ministerial serão na próxima semana".

Mais cedo, Dilma se reuniu com ministros e com o vice-presidente Michel Temer. A pauta do encontro foi a fusão e a extinção de alguns ministérios e secretarias. A presidente conversou com os ministros das secretarias de Direitos Humanos, Pepe Vargas, Geral da Presidência da República, Miguel Rossetto, de Promoção da Igualdade Racial, Nilma Gomes, e de Políticas para Mulheres, Eleonora Menicucci. Comenta-se que Dilma faria a fusão de algumas secretarias com status de ministério. É o caso, por exemplo, da Igualdade Racial com a de Políticas para Mulheres. Algumas alas do PT mais ligadas aos movimentos sociais estão resistentes à extinção dessas secretarias.

Cotado para ocupar o ministério da Saúde, o PMDB indicou três nomes: os deputados federais Marcelo Castro (PI), Saraiva Felipe (MG) e Manoel Júnior (PB). Mas Manoel é o que tem mais chances de se tornar o titular da pasta. O ministério da Infraestrutura (que será uma fusão de Portos com Aviação Civil) também está na cota do PMDB. Os indicados são o deputado Sérgio Souza (PR), José Priante (PA) e Celso Pansera (RJ). 

Dilma está disposta a entregar cinco ou seis ministérios ao PMDB, mas é possível que a reforma seja fatiada. O governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB), foi chamado para ajudar o Planalto nas conversas com o partido. A mudança de postura da presidente se deu após conversas com Lula. Ao longo dos últimos dias, ele insistiu que a presidente deveria dar total prioridade ao PMDB e ouvir não apenas Temer, mas também líderes do partido, deputados e senadores. As muitas conversas explicam o atraso no anúncio da reforma ministerial.

Dilma também ofereceu o ministério do Desenvolvimento a partir da conversa com senadores peemedebistas, mas a bancada dá preferência à pasta da Integração Nacional. Atualmente, o PMDB comanda os ministérios de Minas e Energia, Turismo, Agricultura, Pesca, Portos e Aeroportos e o da Aviação Civil.

O governo precisa também definir qual será a cota dos demais partidos da base aliada. Fala-se da fusão dos ministérios da Previdência com o do Trabalho. Com isso, o PDT deixaria o comando deste último. O presidente do PDT, Carlos Lupi, recebeu da presidente Dilma como opção as Comunicações, hoje com Ricardo Berzoini, e aceitou. O titular da pasta passa a ser o deputado federal André Figueiredo (CE).

PDT ficará com Ministério das Comunicações

Analistas políticos e líderes de bancadas também atribuíram o atraso ao fato de alguns partidos da base aliada terem condicionado a vitória do governo na apreciação dos vetos presidenciais, na última terça-feira (22), às trocas ministeriais. O PMDB trabalhou pelo governo na manutenção dos vetos, que se derrubados teriam gerado um impacto de mais de R$ 100 bilhões nas contas públicas.