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Delator diz que Cunha dava palavra final na diretoria Internacional da Petrobras

Eduardo Musa é réu na ação envolvendo o ex-diretor Jorge Zelada

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Em acordo de delação premiada, o ex-gerente-geral da área Internacional da Petrobras, Eduardo Vaz Costa Musa, afirmou ter ouvido que “quem dava a palavra final” em relação às indicações para a Diretoria Internacional da estatal era o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Segundo o delator, foi o próprio João Augusto Henriques, apontado como lobista do PMDB no esquema e preso nesta segunda-feira, na 19ª fase da Lava Jato, que lhe revelou como eram as indicações políticas na Diretoria. 

Já são dois delatores da operação relacionando o presidente da Câmara à Diretoria Internacional da Petrobras, apontada como ‘cota’ do PMDB no esquema de pagamento de propinas. O outro delator da Lava Jato, Júlio Camargo, revelou ter sofrido pressão de Cunha para pagar a ele propina de US$ 5 milhões referentes a dois contratos de navio-sonda da Petrobras com uma empresa representada por Camargo. 

Eduardo Musa é réu na mesma ação em que Jorge Zelada também foi denunciado. Os dois e João Augusto Henriques são acusados de dividir a propina US$ 31 milhões da empresa chinesa TMT para beneficiar a sociedade americana Vantage Drilling ne afretamento do navio-sonda Titanium Explorer pela Petrobras.

A delação de Musa foi homologada em 10 de setembro pelo juiz federal Sérgio Moro, responsável pelas ações penais da Lava Jato em primeira instância.

A assessoria de imprensa da Câmara informou que Eduardo Cunha não conhece o delator Eduardo Musa. O advogado Antonio Fernando de Souza, responsável pela defesa do deputado, afirmou que só irá se manifestar sobre a acusação após tomar conhecimento do teor da delação premiada.