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Base aliada está disposta a aprovar pacote fiscal, afirma líder do governo na Câmara

José Guimarães avalia que recriação da CPMF é a medida com maior dificuldade de aprovação

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O líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE), disse nesta terça-feira (15) que a base aliada está disposta a aprovar as medidas econômicas propostas pelos ministros Joaquim Levy, da Fazenda, e Nelson Barbosa, da Fazenda, na tarde de ontem (14). De acordo com o deputado, apesar de divergências pontuais, parlamentares estão abertos ao diálogo e apoiam o pacote. 

“É claro que as medidas precisam e serão aprovadas com muito diálogo. Se o país tiver uma compreensão melhor, elas poderiam ser aprovadas por unanimidade, porque são medidas justas que não retiram um direito. Nós estamos preservando até o reajuste dos servidores”, sintetizou o deputado.

Na visão de José Guimarães, que conversou com a imprensa após encontro com a presidente Dilma Rousseff no Palácio do Planalto, a recriação da CPMF - Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) é o projeto que enfrentará maior dificuldade para ser aprovada no Congresso. "Quando você diz que uma matéria tem maior dificuldade, não significa que você esteja contrário à medida. Foi isso que muitos líderes manifestaram", reforçou o deputado.

Para o líder do governo na Câmara, um "fetiche" sobre a volta da CPMF foi criado pela opinião pública. Como o tributo tem maior peso sobre as grandes movimentações financeiras, ele afirma que as pessoas "nem sentem" sua cobrança. Ele ainda atestou que governadores estaduais deverão procurar algumas lideranças, dentre elas o presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para debater as medidas propostas pela equipe econômica do governo. Caso o Congresso aprove uma alíquota de 0,38% para a CPMF, ao invés de 0,20%, haverá distribuição das receitas entre União, Estados e Municípios.

“No fundamental todos se dispuseram a dialogar nas suas bancadas, convidar os ministros e dialogar com governadores. Houve um posicionamento unânime sobre a necessidade das medidas. Qual o tamanho e impacto delas? Vamos iniciar o dialogo quando os projetos de lei e medidas provisórias entrarem em tramitação aqui na Casa”, afirmou.

Lideranças também se reunirão com Bendine, afirma José Guimarães

José Guimarães afirmou que os líderes da base aliada também se reunirão, nos próximos dias, com o presidente da Petrobras, Aldemir Bendine para discutir temas afeitos ao plano de negócios da estatal e ao pré-sal. 

Na última semana, Eduardo Cunha levantou que um pedido de urgência para acelerar a votação do Projeto de Lei 6726/13, de autoria do deputado Mendonça Filho (DEM), pode ser apresentado. Como o PL pede a alteração do regime de partilha para o regime de concessão, especula-se que a reunião com Aldemir Bendine também poderá tratar desse tema.   

Ao contrário da oposição, deputado entende que governo cortou na própria carne 

“Foi dito que 70% é imposto. É meio a meio. O governo cortou em demasia na própria carne”, disse o petista. Guimarães lembrou que, além de necessário, o tributo é provisório. “Não queremos para a eternidade. É provisório para necessidade de caixa do governo e vinculando à Previdência”, explicou José Guimarães.

O deputado ainda cobrou explicações da oposição sobre os motivos pelos quais são contrários ao pacote anunciado pelos ministros da Fazenda e do Planejamento. “Nos tempos do FHC [ex-presidente Fernando Henrique Cardoso], o PT sempre apresentou alternativas para o país na área econômica. A agenda do rami-rami é uma agenda que não dá conta das tarefas e das responsabilidades que todos temos que ter neste momento”, concluiu.

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Com Agência Brasil