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Gilmar Mendes diz que não dá para falar em imposto com falta de credibilidade

Ministro do STF também defende que crise impede reforma política profunda

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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, disse nesta segunda-feira (14) que não há espaço para o governo falar em aumento de impostos enquanto a sociedade está indignada com a corrupção. Destacou ainda que o "contexto de crise" impede uma reforma política. "Como falar em aumento de impostos neste contexto geral? Como pedir sacrifícios às pessoas quando elas estão indignadas com a corrupção?", perguntou o ministro no seminário "Saídas para a crise", em um painel sobre política e rumos das mudanças, realizado na capital de São Paulo.

"Estamos diante de uma situação delicada, com adensamento crise econômica, e para enfrentá-la é preciso um consenso político básico que ainda não existe. Se não há credibilidade para conduzir conversas entre contrários, não se avança sobre a grave crise econômica", disse o ministro do STF.

O ministro também comentou sobre corrupção, questão que, para ele, não está vinculada às doações privadas para campanhas eleitorais, mas ao "método de governança". Ele falou sobre a Ação Direta de Inconstitucionalidade impetrada pela OAB na Corte contra o financiamento privado de campanhas políticas. "Esperam de nós proibir doações privadas para campanhas eleitorais. Dizer que o problema da corrupção está neste sistema, não parece que seja assim."

"O governo está em xeque de novo e se fala em necessidade de reforma política. Não vamos fazer reformas mais profundas neste contexto de crise", completou Gilmar Mendes, no evento, que contou também com a participação do senador Romero Jucá (PMDB-RR), do presidente da OAB-SP, Marcos da Costa, do deputado e presidente da Alesp, Fernando Capez (PSDB), e do presidente da Fundação Padre Anchieta, Marcos Mendonça. 

O seminário é promovido por OAB-SP, Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), Instituto de Estudos Avançados da USP e TV Cultura.