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Instituto Lula diz que ainda não teve acesso a relatório da Polícia Federal

PF pediu ao STF que ex-presidente seja ouvido na Lava Jato, mas não há provas de seu envolvimento

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O Instituto Lula afirmou, na tarde desta sexta-feira (11), que até o momento não tem conhecimento do relatório entregue pela Polícia Federal ao Supremo Tribunal Federal pedindo que o ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, seja ouvido em inquérito pela Operação Lava Jato no STF, em função de seu foro privilegiado. Lula está a trabalho na Argentina e ainda não teve acesso ao documento.

Antes de chegar a Teori Zavascki, ministro relator dos casos da Lava Jato, o pedido da PF ainda deverá passar pela análise da Procuradoria-Geral da República. Apenas com uma aprovação formal de Rodrigo Janot, procurador-geral da República, Lula poderá ser ouvido pelo STF. 

No relatório, o delegado da PF Josélio Azevedo de Sousa afirma que não existem provas do envolvimento direto do ex-presidente no escândalo de corrupção, mas que a investigação precisa apurar se ele realmente não participou do esquema em curso na Petrobras, "obtendo vantagens para si, para seu partido, o PT, ou mesmo para seu governo, com a manutenção de uma base de apoio partidário sustentada à custa de negócios ilícitos na referida estatal". 

O delegado ainda reconheceu que, embora o doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa presumam que Lula tivesse conhecimento da corrupção existente na companhia, nenhum dos dois dispõe de elementos concretos que provem sua participação. 

A PF também quer ouvir outros políticos do PT: Rui Falcão, presidente da legenda; José Eduardo Dutra e José Gabrielli, ex-presidentes da Petrobras; José Filippi Jr., ex-tesoureiro das campanhas de Lula e Dilma Roussef; e os ex-ministros Ideli Salvatti, Gilberto Carvalho e José Dirceu. O depoimento de representantes do PMDB e PP, dentre eles os ex-ministros Francisco Dornelles e Mario Negromonte, também foi solicitado pelo delegado.     

O relatório ainda descarta a participação da presidente Dilma, em função de uma decisão já tomada pelo relator Teori Zavascki. "Esclarece-se, por fim, que a atual presidente da República, Dilma Vana Roussef, que ocupou os cargos de ministra de Minas e Energia (2003 a 2005), presidente do Conselho de Administração da Petrobras (2003 a 2010) e ministra-chefe da Casa Civil (1005 a 2010), não pode ser investigada pelos fatos ocorridos nesses períodos", pontua o texto.