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Senadores concordam com declarações de Temer sobre popularidade do governo

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O senador Romero Jucá (PMDB-RR) disse hoje (4) que todos os políticos concordam com as declarações de ontem (3) do vice-presidente Michel Temer, de que nenhum governo resiste a três anos e meio de mandato com índice tão baixo de popularidade como o atual.

“A declaração do vice-presidente Michel Temer é verdadeira. Todos os políticos avaliam dessa maneira. Agora, é preciso pegar a declaração inteira. O presidente diz que dessa forma não pode continuar, vai ter muita dificuldade, mas diz também que o governo precisa fazer um esforço no sentido de melhorar a economia para recuperar a popularidade. Ele aponta um direção”, afirmou Jucá, ex-líder do governo no Senado.

Na avaliação do senador, a crise econômica está piorando e deve começar a se refletir mais fortemente na perda do emprego. Por isso, segundo Jucá, o governo precisa agir e fazer reformas estruturais que permitam sair dessa situação. “O governo tem que agir. A economia está paralisada, o governo não consegue dar segurança jurídica, não tem a credibilidade necessária para os agentes econômicos investirem. O governo não consegue também sinalizar a previsibilidade da economia e não consegue mostrar qual a saída no fim do túnel. Com isso, os agentes econômicos travaram, cada um faz na sua cabeça o pior cenário econômico, e isso faz com que as pessoas fiquem mais conservadoras”, disse.

Assim como Jucá, o senador oposicionista José Agripino Maia (DEM-GO) concordou com as declarações de Temer que, segundo ele, é um “homem experimentado em política”. “Ele sabe que popularidade você só recupera com qualidade de governo e credibilidade. Ele sabe que Dilma, além de perder os dois, ainda convive com a improbidade. Então, a declaração que ele deu é a declaração de um vice-presidente que conhece a intimidade do governo e que declara coisas que, para o governo, são perigosas e comprometedoras”, disse.

O líder do DEM, senador Ronaldo Caiado (GO), considerou “óbvia” a declaração do vice-presidente e indagou o que o partido de Temer pode fazer diante da situação. “O que o PMDB vai fazer diante disso? Ocupar cargos no governo, usar a Presidência do Senado para alongar a crise? Não é possível Temer ficar numa posição cômoda, uma hora dizer que é preciso alguém para reunificar [o país] e outra falar o que o Brasil já sabe. É igual ao médico não tratar e só dizer ao paciente com dor que, se continuar assim, ele vai morrer. É preciso fazer algo além do jogo de cena”, afirmou.

As declarações de Michel Temer foram feitas ao participar de um debate promovido pelo Movimento Política Viva, na noite de quinta-feira (3), em São Paulo.