ASSINE
search button

José Dirceu e mais 16 são denunciados na Operação Lava Jato

MPF diz que valor da corrupção foi estimado em R$ 60 milhões

Compartilhar

Nesta sexta-feira (4), o Ministério Público Federal (MPF) apresentou denúncia contra 17 pessoas investigadas na 17ª fase da Operação Lava Jato. Entre os denunciados está o ex-ministro José Dirceu. De acordo com o MPF, o grupo é acusado de crimes como organização criminosa, corrupção e lavagem de dinheiro.

Os denunciados são os seguintes: Camila Ramos, Cristiano Kok, Daniela Leopoldo e Silva Facchini, Fernando Antonio Guimarães Horneaux de Moura, Gerson de Mello Almada, João Vaccari Neto, José Adolfo Pascowitch, José Antunes Sobrinho, José Dirceu de Oliveira e Silva, Júlio César dos Santos, Júlio Gerin Camargo, Luiz Eduardo de Oliveira e Silva, Milton Pascowitch, Olavo Horneaux de Moura Filho, Pedro José Barusco Filho, Renato de Souza Duque e Roberto Marques.

Agora, caberá ao juiz federal Sérgio Moro determinar se aceita ou não os argumentos do MPF e inicia um processo contra os envolvidos.

Valor da corrupção foi estimado em R$ 60 milhões, segundo os procuradores

O procurador da República Deltan Dallagnol explicou que a denúncia envolve atos ilícitos no âmbito da diretoria de Serviços da Petrobras, e abrange 129 atos de corrupção ativa e 31 atos de corrupção passiva, entre 2004 e 2011. O valor de corrupção foi estimado em R$ 60 milhões, e outros R$ 65 milhões foram lavados.

A participação da Engevix e seus executivos se dava através de projetos da empreiteira junto à diretoria de Serviços da Petrobras. Dentro desses projetos foram efetuados depósitos em favor dos operadores Milton Pascowitch e seu irmão José Adolfo. O pagamento da propina era feito através de contratos ideologicamente falsos firmados entre a Engevix e a Jamp, empresa de Pascowitch. O dinheiro era repassado para Pedro Barusco, Renato Duque, e para o núcleo político que incluía José Dirceu. Dos mais de R$ 60 milhões em contratos da Engevix com a JD e a Jamp para repasse de propina, R$ 11,8 milhões foram para  José Dirceu, de acordo com os procuradores.

A Engevix também celebrou contratos simulados com a JD Consultoria, efetuando repasses de mais de R$ 1 milhão por serviços não prestados. Ainda segundo o MPF, houve compras ocultas de um avião e de imóveis em nome de José Dirceu para lavagem do dinheiro.

Operador atuou na aquisição de imóvel para a filha de José Dirceu, segundo o MPF

Pascowitch ainda atuou na aquisição de um imóvel para a filha de José Dirceu, Camila Ramos, com dinheiro de propina. A compra foi feita com R$ 700 mil transferidos de Pascowitch para Camila. Outros imóveis foram reformados para lavagem de dinheiro, segundo os procuradores. Um deles estava no nome de Luiz Eduardo, irmão de Dirceu, e a reforma foi custeada em nome da Jamp. O outro imóvel reformado ficava em Vinhedo e estava no nome de Julio Cesar Santos, ex-sócio da JD Consultoria.

>> Janot é contra pedido de José Dirceu para voltar à prisão domiciliar

Dirceu fica calado em CPI

Convocado pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, o  ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, preso na 17ª fase da Operação Lava Jato, foi o primeiro a ser ouvido na segunda-feira (31), na série de depoimentos que a comissão marcou para esta semana em Curitiba, onde se concentram as investigações.

Orientado por seus advogados, Dirceu não respondeu às perguntas feitas pelos membros da comissão. O ex-ministro está preso desde o último dia 3, na carceragem da Polícia Federal (PF), na capital paranaense, acusado pelo Ministério Público Federal de comandar esquema de superfaturamento de contratos da Petrobras.