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Presidente da Odebrecht defende doação empresarial para campanhas

Marcelo Odebrecht disse á CPI da Petrobras que não pretende fazer delação premiada

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O presidente da construtora Odebrecht, Marcelo Odebrecht, disse ser favorável à doação empresarial para campanhas eleitorais, em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras em Curitiba (PR), onde está preso. Ele afirmou isso respondendo a pergunta do deputado Júlio Delgado (PSB-MG). Ao longo do depoimento, o executivo se recusou a falar sobre as acusações que pesam contra ele dentro da Operação Lava Jato.

Ao ser questionado pelo deputado Carlos Andrade (PHS-RR) a respeito da suspeita de favorecimento à Petrobras na aquisição de empresas petroquímicas, ele não quis responder. “O senhor me dá uma oportunidade de me defender, eu agradeço, mas isso faz parte da minha defesa e será revelado à Justiça”, disse o empresário.

Odebrecht defendeu a atuação de suas empresas, ao ser questionado pelo deputado se era verdade que ele é considerado uma das nove pessoas mais ricas do País.

“Essa informação foi publicada em uma reportagem que confundiu o valor da empresa com o meu patrimônio. Eu sou só um dos ‘n’ acionistas. Esse valor está à disposição da sociedade, na forma de empregos. Na organização, a empresa é rica e a família é pobre. Nós temos um histórico de baixa distribuição de dividendos e de muito pagamento de impostos. Talvez nós gastemos mais com programas sociais que com distribuição de dividendos. Quando há um problema na Odebrecht, quem perde é a sociedade brasileira”, destacou.

Odebrecht foi dispensado pela CPI, que em seguida chamou para depor o ex-gerente da Petrobras Celso Araripe de Oliveira. Como ele optou por permanecer em silêncio, também foi dispensado e a comissão encerrou os interrogatórios do dia.

Marcelo Odebrecht afirma que não pretende fazer delação premiada

Marcelo Odebrecht disse ainda que não pensa em colaborar com a Justiça por meio de delação premiada. “Para alguém dedurar, tem que ter o que dedurar, o que não é o caso”, disse, ao responder pergunta do deputado Altineu Cortes (PR-RJ), um dos sub-relatores da CPI.

O executivo se recusou a responder perguntas relativas às acusações que pesam contra a empresa, sobre pagamento de propina e formação de cartel em contratos com a Petrobras.

“Gostaria de ter oportunidade, nessa CPI, de falar tudo o que sei, mas infelizmente estou engessado porque estou amarrado pela questão do processo penal que corre paralelamente, inclusive com depoimentos de testemunhas de acusação”, disse.

Apesar de não querer falar sobre as acusações, ele respondeu algumas perguntas. O deputado Bruno Covas (PSDB-SP) perguntou se ele já conversou sobre a Petrobras com a presidente Dilma Rousseff e com o ex-presidente Lula. “É provável e natural que sim. Mas sempre foram conversas republicanas”, disse o empresário.

Marcelo Odebrecht disse ter esperanças de que a empresa saia desse processo da Operação Lava Jato fortalecida, apesar das acusações.

Ao responder pergunta do deputado Delegado Waldir (PSDB-GO), o empresário negou informação publicada na imprensa a respeito da existência de um plano de fuga do País em função das investigações da Operação Lava Jato. "Jamais pensei nisso", disse.

O deputado perguntou ainda se era verdade outra informação publicada na imprensa. "É verdade que seu pai, Emilio Odebrecht, disse que se o senhor fosse preso seria preciso construir uma cela para a presidente Dilma e para o ex-presidente Lula?", perguntou.

"Senhor deputado, é muito perigoso falar em suposições. Eu tenho muito orgulho dos princípios morais que meu pai me transmitiu", rebateu o empresário.