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As mudanças do PMDB

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O PMDB começa a veicular a partir desta terça-feira (1) peças publicitárias na televisão pregando a necessidade de mudanças no país. Os protagonistas dos programas de 30 segundos são o vice-presidente Michel Temer, o ex-ministro Moreira Franco, e os presidentes do Senado e da Câmara, Renan Calheiros e Eduardo Cunha.

Os caciques peemedebistas que estimulam a mudança na sociedade, por meio da campanha televisiva, ostentam, eles também, currículos repletos de mudanças, governos após governos. O PMDB tem sido o partido de sustentação desde a redemocratização. A exceção foi Fernando Collor. E o resultado já é conhecido: o impeachment do então presidente da República.

Michel Temer, deputado constituinte, foi eleito por seis mandatos consecutivos para a Câmara Federal. Apesar de ser o segundo na sucessão presidencial de um governo petista, já foi a base de sustentação do governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Temer foi o anti-Cunha de FHC. Com a eleição de Lula, Temer tornou-se sustentáculo do PT.

Moreira Franco, o ex-ministro da Aviação Civil de Dilma Rousseff, fez no passado aliança com o PFL (atual DEM) para ganhar a eleição para governador do Estado do Rio de Janeiro. Moreira foi, também, prefeito de Niterói e se elegeu três vezes para a Câmara. Entusiasta de primeira hora da ascensão de Lula ao poder, o ex-ministro aceitou o convite de Fernando Henrique para o cargo de assessor especial do Planalto, depois de perder a eleição para o Senado.

Renan Calheiros, que não é estreante na presidência do Senado, mas em outra ocasião renunciou ao cargo após denúncias de corrupção, já classificou Fernando Collor, então prefeito de Maceió, como "príncipe herdeiro da corrupção". O tempo passou e Renan tornou-se assessor de Collor, quando ele era candidato à Presidência da República. Hoje bombeiro dos incêndios provocados pelos dissidentes do PMDB como base aliada do governo, Renan já foi ministro da Justiça de Fernando Henrique.

Eduardo Cunha, que também aposta na mudança do Brasil, segundo o programa do PMDB, presidiu a Telerj, companhia fluminense de telecomunicações, no governo de Fernando Collor, a pedido de PC Farias, o tesoureiro de campanha do presidente da República. Subsecretário de Habitação do Estado do Rio, no governo de Anthony Garotinho, Cunha é, hoje, um dos maiores inimigos políticos de seu chefe de outrora. A ascensão nacional de Cunha como deputado federal, em 2002, foi graças ao apoio de Garotinho. Detrator do governo de Dilma Rousseff, o atual presidente da Câmara foi recentemente denunciado pelo Ministério Público Federal ao Supremo Tribunal Federal por corrupção e lavagem de dinheiro no âmbito da operação Lava Jato.

>> PMDB dirá na TV que país precisa mudar

A propaganda peemedebista acontece no momento em que o partido ensaia um distanciamento parcial do governo federal. Nesta semana, Temer anunciou sua saída da articulação política do governo, segundo ele, para cuidar da parte macropolítica.