ASSINE
search button

Polícia Federal faz operação contra seita suspeita de trabalho escravo

Compartilhar

A Polícia Federal deflagrou operação na manhã desta segunda-feira (17/8) para cumprir mandados em propriedades da seita religiosa "A verdade que cura" suspeita de obrigar fieis a trabalhar como escravos. Os envolvidos podem responder por tráfico de pessoas, organização criminosa, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro.

No Sul de Minas, os mandados estão sendo cumpridos nas cidades de  Pouso Alegre (MG), Poços de Caldas (MG), Andrelândia (MG), Minduri (MG), São Vicente de Minas (MG) e Lavras (MG). Além de Minas Gerais, também há mandados sendo cumpridos nas cidades de Carrancas (BA), Remanso (BA), Marporá (BA), Barra (BA), Ibotiram (BA) e Cotegipe (BA) e em São Paulo.

Segundo as investigações, os dirigentes da seita religiosa estariam mantendo pessoas em regime de escravidão nas fazendas onde desenvolviam suas atividades e rituais religiosos. Os fieis, ao ingressarem na seita, eram convencidos a doar seus bens sob o argumento da convivência em uma comunidade onde tudo seria de todos. Em seguida, eles eram obrigados a trabalhar sem qualquer espécie de pagamento.

Segundo a PF, a estimativa é de que o patrimônio recebido em doações dos fieis chegue a pouco mais de R$ 100 milhões. Parte desse patrimônio teria sido convertido em grandes fazendas, casas e veículos de luxo.

A seita começou a ser investigada em 2011 e os trabalhos resultaram na deflagração da "Operação Canaã" em 2013, quando a Polícia Federal, o Ministério do Trabalho e Emprego e o Ministério Público do trabalho fizeram inspeções em propriedades rurais.

Na época, dois membros da seita foram presos por apropriação indébita de cartões do programa "Bolsa Família" e de aposentadoria. Segundo a Polícia Federal, a seita é oriunda de Ribeirão Preto (SP), mas em 2005, mudou-se para Minas Gerais. O grupo religioso atua nas cidades de Minduri (MG), Andrelândia (MG), Madre de Deus (MG) e São Vicente de Minas (MG). Em 2006, as precárias condições de alojamento e trabalho foram denunciadas. Na época, cerca de 800 integrantes da organização moravam em cinco fazendas em São Vicente de Minas e Minduri. Para a polícia, apesar de se organizarem em associações comunitárias sem fins lucrativos, a seita funcionava como uma empresa comercial.