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Manifestantes ocupam Avenida Paulista, no centro de SP

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A manifestação contra o governo Dilma Rousseff, que aconteceu neste domingo (16), fechou a Avenida Paulista, na região central de São Paulo. As primeiras faixas bloqueadas foram as de sentido Consolação, por volta das 11h30. Quinze minutos depois também foi fechado o sentido Paraíso.

A maior concentração de público na Avenida Paulista ficou entre a rua da Consolação e a estação de metrô Brigadeiro. O comando da Polícia Militar afirma que o protesto na Avenida Paulista reuniu 350 mil pessoas, com pico às 16h horas. O número foi divulgado pelo coronel Luiz Henrique Di Jacintho Santos, comandante do policiamento do centro da Capital, em entrevista coletiva no vão livre do Masp.

Caixas eletrônicos que ficam dentro dos bancos na Paulista, e que funcionam dia e noite, ficaram todos fechados. A entrada do shopping cidade de São Paulo, que fica na esquina da Paulista com a rua Pamplona, também. As pessoas conseguiam entrar no shopping atravessando uma grade que limita o acesso.

Por volta das 13h15, os manifestantes abriram uma faixa pedindo o impeachment de Dilma.

Os movimentos que lideraram a iniciativa - Vem Pra Rua, Aliança Nacional dos Movimentos Democráticos, Revoltados Online e Movimento Brasil Livre, além da Força Sindical - defenderam a saída da presidente da República, divergindo, no entanto, quanto à forma. Há os que querem impeachment, novas eleições ou intervenção militar.

Pelas redes sociais, a aliança dos movimentos democráticos informou que o ato decidirá qual a bandeira principal do movimento – se impeachment, renúncia ou cassação da presidenta. Já o Movimento Brasil Livre quer coletar, mais tarde, assinaturas para uma lista de dez pontos contra a corrupção.

Quem foi cedo à Paulista para protestar contra a atual política foi Angelica Lopes, de 50 anos, que se identificou como escritora e cabeleireira. Ela segurava uma faixa defendendo a intervenção militar. “Sou intervencionista. Tem que limpar tudo. Tem que tirar tudo. Os militares faziam coisas para durar. Hoje vivemos em um jogo político”, disse.

Um grupo de motociclistas foi à Paulista para participar da manifestação, tendo chegado antes do bloqueio do acesso à avenida e estacionou suas motos em frente ao Masp. Um deles, o comerciante Claudio de Moraes Sanches, de 68 anos, contou que estava ali por um país melhor. “Hoje estou vendo se esse Brasil melhora, lutando pelo Brasil melhor. É o que estamos precisando. Chega de corrupção e roubalheira.” Ele completou que defende a intervenção militar, mas esclareceu que não é a favor da ditadura. “O pessoal confunde intervenção com ditadura. Intervenção, para moralizar com eleições diretas para os novos governantes”, explicou.

O italiano Fabrizio Staraze, de 39 anos, que mora no Brasil há um ano, é instalador de sinos e resolveu passar pela Paulista para ver o movimento e esclareceu que não estava ali para protestar. “O protesto é bom para estimular um pouco o governo para que ele se dê conta que o povo não é imbecil. É bom a pessoa ser ativa”, observou.

O ato também atraiu muitos vendedores ambulantes, como Francisco Chagas, de 60 anos, que oferecia bandeiras e cornetas. Na manifestação anterior, em abril, Chagas disse que vendeu R$ 800 em produtos. Ele usava uma camiseta amarela, mas disse que não tem motivo algum para se manifestar contra o governo de Dilma. “Não tenho nada contra a Dilma. Para mim dará tudo igual [ela saindo ou não]”, disse.

Segurança

A Polícia Militar reforçou a segurança para o evento e disse que os carros de som serão vistoriados. O número de policiais que farão a segurança não foi dado pelo órgão, que também não deve mais informar a estimativa do número de manifestantes.

Com Agência Brasil