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Jornada pela Democracia reúne movimentos sociais contra o golpe

"O Povo na rua, coxinha recua", gritavam os manifestantes

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Representantes de movimentos sociais realizaram, neste domingo (16), a 3ª edição da Jornada pela Democracia. O evento ocorreu em frente ao Instituto Lula. O encontro faz parte de uma mobilização maior de organizações sindicais e de direitos contra o ódio e a intolerância.

Além do debate sobre a onda crescente de ódio por parte de segmentos da sociedade, os participantes elogiaram as políticas públicas sociais realizadas no Brasil e em São Paulo que não são divulgadas pela imprensa tradicional. O futuro da esquerda brasileira também esteve em pauta.

Manifestantes gritavam palavras de ordem: "Não vai ter golpe!", "O Lula é meu amigo, mexeu com ele mexeu comigo" e "O povo na rua/ coxinha recua".

Professores universitários e intelectuais de esquerda discutiram o "conservadorismo" e o "fenômeno dos coxinhas" em uma tenda do evento Jornada pela Democracia. "Quem são os coxinhas? Que fenômeno é esse?", diz uma organizadora ao microfone. Outro palestrante pede a "desgourmetizaçao das ruas".

Segundo metalúrgicos que se manifestaram a favor do governo, cerca de 30 ônibus organizados pelo sindicato da categoria saíram do ABC levando pessoas para o Instituto Lula.

Durante o ato, o presidente da CUT, Vagner Freitas, esteve em frente ao Instituto Lula em ato em apoio ao governo. Ele disse que estava lá para defender o ex-ministro José Dirceu e o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto. Freitas os chamou de “guerreiros do povo brasileiro”. Ele criticou também o ex-presidente FHC, segundo ele um "sociólogo que fala mil línguas e vendeu o Brasil a preço de banana".

Entre os participantes estavam o deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP), a psicanalista Maria Rita Kehl, a diretora do Instituto Lula, Clara Ant, o professor da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (Fespsp), Willian Nozaki, o ex-deputado estadual Adriano Diogo (PT-SP) e o ex-senador Eduardo Suplicy (PT-SP).

A Central Única dos Trabalhadores (CUT), a União Nacional dos Estudantes (UNE), o coletivo Fora do Eixo e outras centrais sindicais e movimentos sociais participaram da manifestação em São Paulo.

Segundo um dos ativistas do coletivo Fora do Eixo, Pablo Capilé, o ato pretendia ainda defender a figura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “É mais do que obrigação”, diz.

De acordo com o ativista, nenhum outro presidente tem a representatividade geopolítica global de Lula.

“Um torneiro mecânico se torna presidente da república, tira 40 milhões de pessoas da extrema pobreza, coloca o Norte e o Nordeste no mapa político do Brasil e possibilita que movimentos, coletivos e redes, num país de dimensões continentais, saiam da invisibilidade e passem a ter voz”, ressalta Capilé.

De acordo com o presidente Nacional da CUT, Vagner Freitas, Lula é o maior líder mundial da classe trabalhadora e o ato de domingo será em defesa da democracia e da liberdade e contra o retrocesso e a intolerância.

“O instituto Lula sofreu um atentado há alguns dias. Nós queremos prestar nossa solidariedade e dizer, claramente, que o Lula é meu amigo, mexeu com ele, mexeu comigo”, destaca Freitas.

A presidente Nacional da UNE, Carine Vitral, confirmou a presença da entidade, tanto em apoio e solidariedade a Lula, quanto para fazer um contraponto aos atos contra a presidenta Dilma Rousseff, convocados para o mesmo dia, na Avenida Paulista, a cerca de seis quilômetros do Instituto Lula.

“Vários representantes dos movimentos sociais vão se encontrar para demonstrar solidariedade a essa liderança que sofreu um ataque do conservadorismo. Queremos paz e demonstrar que as ideias progressistas estão vivas”, ressalta Carina.

Para marcar posicionamento contrário às manifestações contra a presidenta Dilma Rousseff, marcadas para este de domingo (16), 14 entidades representativas, das mulheres, dos estudantes e dos trabalhadores da cidade e do campo, confirmaram presença em ato marcado para a quinta-feira (20), em todo o Brasil, em defesa dos direitos sociais, da liberdade e da democracia, por saídas populares para a crise e contra a ofensiva da direita.