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Agência de espionagem Kroll rompe contrato com CPI da Petrobras

Dinheiro pelo ralo: empresa só investigou denunciados. Ladrões, já sabemos que são 

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A empresa de espionagem Kroll informou nesta quinta-feira que não prestará mais serviços à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras. "A Kroll informa que não celebrará novo contrato para trabalhos adicionais com a CPI da Petrobras por não ter alcançado um acordo em relação aos termos contratuais", disse a empresa em nota.

"O trabalho que foi definido para o contrato firmado em 8 de abril de 2015 foi concluído em 10 de junho de 2015. Os resultados desse trabalho foram apresentados ao presidente da CPI na mesma data, e aos demais membros da CPI, em 16 de junho de 2015", acrescenta a nota.

A Kroll informou ainda que, desde o dia 10 de junho de 2015, não prestou mais serviços à CPI. A empresa disse também que, "por força de obrigações contratuais", está impedida de fazer quaisquer comentários sobre os serviços prestados à comissão. 

Nesta quinta-feira, o presidente da CPI, Hugo Motta (PMDB-PB), revelou aos deputados da comissão os nomes dos 12 investigados pela empresa de espionagem. A lista inclui delatores do esquema de corrupção da Petrobras, como o lobista Julio Camargo, que citou o deputado Eduardo Cunha (PMDB) em seu depoimento e até mesmo Stael Fernanda Janene, viúva do ex-deputado José Janene (PP-PR).

Os outros 10 nomes são os seguintes: Renato Duque (ex-diretor de Serviços da Petrobrás), Paulo Roberto Costa (ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás), Pedro Barusco (ex-gerente da Petrobrás), Alberto Youssef (doleiro), João Vaccari Neto (tesoureiro do PT), Augusto Mendonça (ex-dirigente da Toyo Setal), Eduardo Leite (ex-diretor vice-presidente da Camargo Corrêa), Dalton Acancini (ex-presidente da Camargo Corrêa), Julio Faerman (representante da SBM Offshore no Brasil) e Ricardo Pessoa (empreiteiro da UTC).

Segundo o jornal Estado de S. Paulo, deputados que participaram da reunião reservada da CPI da Petrobras nesta tarde para discutir o trabalho de rastreamento de contas no exterior realizado pela consultoria Kroll revelaram que a empresa, em vias de renovar seu contrato com a Câmara, está exigindo um cheque caução para eventuais processos de investigados.

A CPI estava negociando com a Kroll a renovação dos trabalhos para uma nova fase. Segundo deputados, todo o pacote de rastreamento de contas, bens e empresas dos investigados fora do País pode custar R$ 10 milhões. Só na primeira fase, a Câmara dos Deputados desembolsou mais de R$ 1 milhão. Desde julho a Kroll interrompeu seus trabalhos à espera de um novo contrato com a Casa. 

Dinheiro pelo ralo

O dinheiro pago pela CPI à Kroll foi, literalmente, pelo ralo. A agência de espionagem investigou pessoas já denunciadas na Lava Jato. Ladrões, já sabemos que são. Por que não investigar outras pessoas com algum envolvimento na roubalheira??