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MP da Suíça investiga se Odebrecht usou contas para propina

Empreiteira será alvo de uma devassa em vários países

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A procuradoria-geral da República da Suíça informou nesta quarta-feira  (22) que ampliou uma investigação de corrupção na Petrobras para incluir a construtora Odebrecht e outras companhias associadas. "Subsidiárias da Odebrecht são suspeitas de usar contas suíças para fazer pagamentos de propina a ex-executivos da Petrobras, que também mantinham contas bancárias na Suíça", afirmou o gabinete do procurador-geral, em um comunicado.

O inquérito não foi aberto apenas contra a empresa, mas também contra seus executivos e intermediários. "O escritório do Procurador-Geral da Suíça confirma que uma de suas investigações se referem à empresa brasileira Construtora Norberto Odebrecht SA, assim como a empresas associadas e pessoas", indicou o comunicado das autoridades, sem citar o nome dos envolvidos.

Além disso, a Odebrecht será alvo também de uma devassa em outros países. Autoridades norte-americanas apontaram, em telegramas, suspeitas de corrupção em contratos de obras da empresa em pelo menos quatro países. Os telegramas são do serviço diplomático americano e foram revelados pelo WikiLeaks. Em um deles, datado de 2009, a embaixada americana no Panamá relata a Washington que um escândalo de corrupção do então presidente local, Ricardo Martinelli, estaria prestes a eclodir, envolvendo a Odebrecht. Já a embaixada de Quito informou que o presidente do Equador, Rafael Correa, ameaçara expulsar o grupo de Marcelo Odebrecht por irregularidades no projeto de irrigação em Manabi.

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O Equador também anunciou que fará uma série de auditorias em contratos de obras como refinarias e hidrelétricas, que a empresa mantém no país. À imprensa local, o controlador-geral do Equador, Carlos Pólit, disse que haverá ainda uma investigação dos cerca de 40 funcionários equatorianos responsáveis pelos contratos públicos com a Odebrecht.

Ao mesmo tempo, o governo colombiano ameaça impedir a Odebrecht de firmar contratos com o país, caso seus dirigentes sejam condenados na Operação Lava Jato. O vice-presidente da Colômbia, Germán Vargas Lleras, declarou em junho que a Odebrecht poderia ser impedida de participar de editais públicos por 20 anos se ficar provado que a empresa praticou atos ilícitos em contratos com a Petrobras no Brasil.

Já o Peru quer mandar procuradores ao Brasil neste mês para analisar suspeitas de irregularidades e reunir evidências sobre supostas práticas de suborno ligadas à construção de uma rodovia transcontinental. 

Com site Brasil  247