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Empresário investigado minimiza denúncias sobre fraudes em cirurgias ortopédicas

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O administrador da empresa de implantes Strehl, Fernando Strehl, investigado por participar de suposto esquema de cirurgias superfaturadas em Balneário Camboriú (SC), classificou há pouco como “conversa de botequim” o diálogo que manteve com o repórter Giovani Grizotti, da Rede Globo. Na gravação, exibida pelo programa Fantástico no início do ano, Strehl admitiu que lucrava com próteses não usadas em cirurgias.“Aquilo ali foi um papo de botequim, foi uma infelicidade quando o jornalista se apresentou como médico, chegou para mim com uma proposta de ganhar dinheiro e só falava nisso. Como eu vi que ele estava falando asneira, comecei a falar asneira com ele”, declarou em depoimento à CPI da Máfia das Próteses.

Strehl contou aos parlamentares que manteve conversas informais com médicos recém-formados em diversas ocasiões, tendo em vista que seu trabalho envolve propaganda. “Eu já vi diversas asneiras nesse meio”, disse.

Fernando Strehl é um dos profissionais citados na reportagem do Fantástico. Segundo o programa, a máfia das próteses foi constatada em cinco estados, onde médicos obrigam pacientes a passar por cirurgias e implantes de próteses, muitas vezes sem necessidade. Na conversa com o repórter, Strehl afirmou que uma prótese poderia ser danificada de propósito para ser cobrada duas vezes.

Vantagens ilícitas

Em resposta ao relator da CPI, deputado André Fufuca (PEN-MA), Strehl negou ter oferecido vantagens ilícitas a médicos para a que adotassem próteses específicas em cirurgias. Conforme o depoente, sua empresa não negocia diretamente com profissionais de saúde, e sim com os convênios. “O que eu ofereço é uma confraternização com enfermeiros e médicos, até porque não tenho como oferecer vantagens. Sou o elo mais fraco, quem detêm o poder são os convênios de saúde”, sustentou.