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PF faz operação contra fraudes no INSS em quatro estados

Grupo fraudava benefícios urbanos e rurais

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A Polícia Federal faz operação nesta terça-feira (23/6), em quatro estados contra fraudes no INSS, que concedia benefícios a quem não tinha direito.

Os prejuízos aos cofres públicos são avaliados em 37 milhões de reais. De acordo com a PF, se não fosse descoberta a fraude, o rombo poderia chegar a 170 milhões. Um posto em Goiânia foi fechado para revisão de todos os benefícios. No local, a fraude era cometida há 10 anos.

A operação é realizada em Goiás, Tocantins, Alagoas, Minas Gerais e Distrito Federal, para desarticular organização criminosa que cometia fraudes contra o INSS. Cerca de 300 policiais federais cumprem 78 mandados de busca e apreensão, quatro de prisão temporária e 70 de condução coercitiva nas regiões. Também participam da ação 60 servidores da Previdência Social.

Os mandados foram cumpridos em Formosa (GO), Goiânia (GO), Palmas (TO), Maceió (AL), Uberlândia (MG), Buritis (MG). A PF informou, em nota, que as investigações começaram depois que a corporação constatou uma fraude de R$ 6 milhões, atingindo 51 benefícios.

Na segunda fase de apuração, o montante do prejuízo passou para R$ 31 milhões, em aproximadamente 400 benefícios. A PF informou que se todos os fraudadores recebessem seus benefícios indevidamente até a expectativa de vida de cada um, o prejuízo poderia chegar a cerca de R$ 170 milhões.

De acordo com a PF, o grupo atuava em duas frentes das fraudes – benefícios urbanos e rurais. No golpe, alguns servidores da Previdência Social inseriam dados falsos em sistemas previdenciários, concedendo benefícios a quem não tinha direito, informou.

Os benefícios rurais eram concedidos com auxílio de declarações falsas do Sindicato Rural local, segundo as investigações. O esquema criminoso contava com apoio de despachantes, contadores, empresários, atravessadores junto ao INSS, podendo ter a participação de advogados.

Posto foi fechado em Goiânia

A Polícia Federal informou que haverá intervenção administrativa na Agência da Previdência Social de Formosa (GO) para a revisão de todos os trabalhos e concessões, e muitos segurados devem ser intimados para explicarem algumas questões, podendo ter seus benefícios extintos e chamados à devolução, além das implicações penais.

Os investigados responderão pelos crimes de estelionato previdenciário, falsificação previdenciária, falsidade ideológica, inserção de dados falsos em sistema de informações e organização criminosa.

A operação foi batizada de "Lapa da Pedra" em referência a um sítio arqueológico em Formosa, em Goiás, cujas marcas deixadas pelos paleolíndios possibilitaram sua descoberta.