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Diretor da Odebrecht liga Sérgio Cabral a obra suspeita no Comperj

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O jornal Folha de S. Paulo divulgou nesta segunda-feira um e-mail interceptado pela Polícia Federal (PF), que indica a participação do ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB) para incluir a Odebrecht em consórcio que levou um contrato bilionário no Comperj (Complexo Petroquímico do Rio). Segundo a publicação, a citação a Cabral foi feita pelo diretor da Odebrecht Rogério Araújo, preso na última sexta (19) na 14ª fase da Operação Lava Jato.

Em e-mail de 4 de outubro de 2007, ele informa a outros quatro executivos da companhia a inclusão da Odebrecht junto à Mitsui e à UTC na obra do ciclo de água e utilidades, o maior contrato do Comperj.

"Petrobras/PR vai conversar com o Governador sobre este novo arranjo com a participação da CNO (é importante Sergio Cabral ratificar! e também definir o seu interlocutor neste assunto", escreveu Araújo aos outros executivos.

A CNO é a Construtora Norberto Odebrecht. Petrobras/PR seria o então diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa, preso em 2014 e um dos delatores do esquema de cartel e propina na estatal.

Segundo a Folha, o e-mail de Araújo integra um conjunto de mensagens anexadas à fase Erga Omnes da Lava Jato, que levou à prisão executivos da Odebrecht e da Andrade Gutierrez. Segundo Araújo, o empresário Júlio Camargo, representante das japonesas Mitsui e Toyo, esteve naquele mesmo dia na Petrobras e foi orientado a aceitar a Odebrecht no consórcio. Ricardo Pessoa, da UTC (à época chamada Ultratec), receberia a mesma orientação de fazer a parceria com a CNO. Junto com a Toyo e a UTC, a Odebrecht integrou o consórcio TUC, que foi escolhido pela Petrobras para construção, por US$ 3,8 bilhões (R$ 11,59 bilhões), do ciclo de água e utilidades, o maior contrato do Comperj.