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Dilma: Petrobras merece e a sociedade exige o fim da corrupção

Presidente disse ainda que "conteúdo local e política de partilha" vieram para ficar 

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Ao participar do batismo do navio Marcílio Dias e da viagem inaugural do petroleiro André Rebouças, no Estaleiro Atlântico Sul, em Pernambuco, a presidente Dilma Rousseff disse nesta quinta-feira (14) que "a Petrobras merece e a sociedade exige o fim de casos de corrupção na estatal". "Vocês vejam o momento que a gente enfrenta, e temos de enfrentá-lo porque a Petrobras merece e a sociedade exige. Temos de enfrentar e acabar com todos os mal feitos, todas as atividades de uso indevido da empresa e todos os processos de corrupção, mas esta empresa é forte o suficiente, inclusive para ganhar o óscar tecnológico, nos Estados Unidos", disse a presidente.

Em uma resposta a críticas recentes sobre o atual modelo de partilha na exploração de petróleo da região do pré-sal, Dilma foi enfática: "Podem ter certeza, a política de conteúdo local veio para ficar". A chamada política de conteúdo local garante à Petrobras a participação mínima obrigatória de 30% em campos leiloados, além de exercer a direção dos postos.

Recentemente, em evento nos Estados Unidos, o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga – que também discursou no evento de hoje – sinalizou que o Brasil deveria abrir o debate sobre flexibilizar o regime. "O que se discute é a obrigatoriedade da operação", afirmou. "Defendo que a Petrobras tenha direito à recusa de participar", acrescentou. 

Dilma detalhou as diferenças entre os regimes de partilha e de concessão, vigentes no Brasil para a exploração do petróleo na região do pré-sal, e destacou a importância de cada um delas – quando sabemos a quantidade de petróleo em um determinado poço e quando não sabemos. E concluiu que o regime de partilha será mantido. "Podem contar com o governo: conteúdo local e política de partilha, no meu governo, está mantido", afirmou.

Para a presidente Dilma “chegamos aqui hoje porque rompemos uma realidade de estagnação da indústria naval brasileira. A reimplantação da indústria naval no Brasil fez com que incorporássemos tecnologia, melhorássemos a formação dos nossos trabalhadores e gerássemos emprego e renda. O que nós queremos é produzir no Brasil o que pode ser produzido no Brasil”,destacou.

Ela enfatizou em sua fala que o Brasil produz agora navios com alto valor agregado e destacou a capacidade de produção do povo brasileiro. “Esse estaleiro foi construído com a força dos trabalhadores pernambucanos”.

Também presente ao evento, o presidente da Petrobras, Aldemir Bendini, disse que a empresa brasileira é hoje referência mundial de tecnologia de exploração de petróleo em águas profundas. “Estamos batendo sucessivos recordes com a produção do pré-sal, que teve crescimento de 70% desde o início da exploração. Na última semana, chegamos a produção recorde de 800 mil barris por dia só no pré-sal. São números incríveis que atestam a eficiência da Petrobras", destacou.

Bendine destacou que a estatal sairá da crise e das investigações da Operação Lava Jato "mais saudável" e "mais forte." "Vamos virar essa página com os olhos da companhia voltados para o futuro", afirmou.

Bendine lembrou em seu discurso que todo o setor petroleiro passa por uma "drástica transformação" e que a redução do preço do barril do petróleo tem feito com que empresas no mundo inteiro revise seus planos. Isso reforça, segundo ele, a "busca incessante por eficiência" por parte da Petrobras".

O presidente da Petrobras concluiu seu discurso destacando que "erros praticados no passado por quem queria lesar o patrimônio da Petrobras não serão repetidos".