ASSINE
search button

MPF devolve à Petrobras R$157 milhões desviados por Pedro Barusco

Dinheiro era mantido em contas secretas na Suíça e foi repatriado 

Compartilhar

O Ministério Público Federal (MPF) fez, nesta segunda-feira (11), a entrega simbólica de R$ 157 milhões desviados pelo ex-gerente de Serviços da Petrobras Pedro Barusco, recuperados pela Operação Lava Jato por meio de acordos de colaboração premiada. Os valores eram mantidos em contas secretas na Suíça e foram repatriados a partir do trabalho integrado do MPF, da Polícia Federal, Receita Federal e Justiça Federal. A conta judicial que recebe os valores desviados pelo esquema já tem saldo de cerca de R$ 205 milhões recuperados.

Estiveram presentes no evento o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, o procurador da República no Paraná e coordenador da força-tarefa da Lava Jato, Deltan Dallagnol, o presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, a vice-presidente da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), Candice Galvão, a delegada da Polícia Federal Erika Mialik e o chefe do Escritório de Pesquisa e Investigação na 9ª Região Fiscal da Receita Federal, Roberto Leonel.

“O MPF tem compromisso com a lei e com a sociedade brasileira, cabendo-lhe defender o interesse público”, afirmou Rodrigo Janot. 

Ainda segundo o procurador-geral, a devolução dos valores desviados marca mais uma etapa no combate à corrupção, umas das prioridades de sua gestão à frente do Ministério Público. “Estamos fazendo a nossa parte ao garantir que retornem aos cofres da Petrobras o dinheiro desviado por corrupção”, disse.

Janot ressaltou que a Operação Lava Jato é uma investigação “impessoal”. O chefe do Ministério Público Federal (MPF) vem sendo criticado pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que vê motivação pessoal na investigação da Operação Lava Jato.

“Os resultados são visíveis, porque o trabalho está sendo impessoalmente conduzido. Aqui não se busca o alvo de uma pessoa ou outra, é o esclarecimento dos fatos”, disse. Em outros momentos de sua fala, Janot defendeu o trabalho “absolutamente impessoal e profissional”.

Na semana passada, Eduardo Cunha foi alvo de uma operação da PGR na Câmara dos Deputados, que buscou provas contra o peemedebista na Operação Lava Jato. Em delação premiada, o doleiro Alberto Youssef disse que o deputado foi autor de requerimentos para forçar a empresa Mitsui a continuar pagando propina. Ele nega.

Em decisão que autorizou a devolução dos valores à Petrobras, o juiz Sergio Moro destacou o papel integrado dos órgãos para repatriação do dinheiro desviado, afirmando que “foi a eficiência, a integridade, a perseverança e a firmeza deles que propiciaram a recuperação desses valores milionários”.