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Jandira Feghali vai processar deputado Alberto Fraga 

Político do DEM disse que 'mulher que bate como homem, tem que apanhar como homem'

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A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) reagiu nesta quinta-feira (07/05) às agressões do deputado federal Alberto Fraga (DEM-DF) na quarta-feira, no plenário da Câmara. Fraga afirmou que mulher que "bate como homem, tem que apanhar como homem também".

Um tumulto ocorreu durante a sessão de debate das medidas provisórias do ajuste fiscal.

Em meio à confusão, a deputada Jandira Feghali ameaçou denunciar o deputado Roberto Freire (PPS-SP) ao Conselho de Ética da Câmara, alegando que ele teria puxado seu braço durante um discurso do deputado Orlando Silva (PCdoB-SP).

Alberto Fraga, que é Coronel da reserva da Polícia Militar do Distrito Federal, disparou no plenário: "Ninguém pode se prevalecer da posição de mulher para querer agredir quem quer que seja. E eu digo sempre que mulher que participa da política e bate como homem, tem que apanhar como homem também. É isso mesmo, presidente", disse Fraga.

Nesta quinta-feira, a deputada Jandira Feghalli (PCdoB-RJ) emitiu uma nota em sua conta no Facebook: 

"Sobre as agressões em Plenário 

Parece que as noites na Câmara não tem como piorar nesta Legislatura. Sim, fui agredida fisicamente pelo deputado Roberto Freire durante discussão da medida provisória 665 agora pouco. Pegou meu braço com força e o jogou para trás. O deputado Alberto Fraga, NÃO SATISFEITO com a violência flagrada, disse que "quem bate como homem deve apanhar como homem" na minha direção. Fazia menção a mim.

É assustador o que está acontecendo nesta Casa. Em trinta anos de vida pública jamais passei por tal situação. Em seis mandatos como deputada federal, onde liderei a bancada do PCdoB por duas vezes e enfrentei diversos embates, jamais fui sujeitada à violência física ou incitação à violência contra mulher. Muitas foram as frentes de debate político aqui dentro. Parece irônico a mulher que escreveu o texto em vigor da Lei Maria da Penha seja vítima de um crime como este.

Vou acionar judicialmente o senhor Fraga pela apologia inaceitável. Esta medida já está sendo encaminhada. Minha trajetória é reta, ética e coerente dentro da política desde quando me tornei uma pessoa pública, na década de 80. Não baixarei a cabeça para nenhum machista violento que acha correto destilar seu ódio. A Justiça cuidará disto. E ela, sim, pesará sua mão".