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Petrobras pede para ser assistente do MPF nas ações da Lava Jato 

Diretoria da estatal deu explicações sobre balanço financeiro para CPI

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A Petrobras protocolou pedidos de ingresso como assistente do Ministério Público Federal nas sete ações penais decorrentes da Operação Lava Jato, nas quais a companhia é vítima. Essas ações estão em curso na 13ª Vara Federal de Curitiba (PR).

Em nota, a estatal informou que está tomando todas as medidas junto às autoridades brasileiras para reparar os danos sofridos em função dos atos ilícitos denunciados no âmbito da Operação Lava Jato. 

Com essa medida, a Petrobras, que vem colaborando com as autoridades públicas, pretende atuar de forma mais incisiva na busca da reparação do seu prejuízo, visto que a sentença penal condenatória poderá garantir à companhia o pagamento de indenização pelos prejuízos oriundos dos delitos.

Nesta segunda-feira, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras na Câmara recebeu explicações da diretoria da empresa sobre o balanço financeiro da estatal, na sede da companhia, no Rio de Janeiro. Divulgado semana passada, o documento revelou um prejuízo de R$ 21,6 bilhões em 2014, sendo R$ 6 bilhões somente com a corrupção. Ao deixar a empresa, o relator da CPI, deputado Luiz Sérgio (PT/RJ), admitiu que a fórmula para chegar às perdas com a corrupção foram "construídas mais politicamente do que tecnicamente", entre a estatal e a empresa estrangeira que fez a auditoria nas contas, a PriceWaterhouseCoopers. 

"A Petrobras estabeleceu um percentual de 3% sobre o volume de contratos investigados na Operação Lava-Jato. Construiu-se muito mais um acordo do que uma apuração, porque não tinha como chegar a valores, uma vez que não estão na contabilidade", explicou.

O presidente da CPI, deputado Hugo Motta (PMDB/PB), que também participou da visita, disse que o balanço foi um dos temas, mas que a companhia também apresentou medidas para impedir novos "desvio e investimentos errados", com novas práticas de governança. "A Petrobras garantiu que terá  'tolerância zero' com funcionários que venham a não cumprir com suas obrigações, do mais alto ao mais baixo escalão”, disse.

Para Motta, o balanço, aprovado pelo Conselho de Administração e pela auditoria internacional é página virada. "Discordância sobre os números sempre vão acontecer. À CPI, nos restou aprofundar sobre a veracidade dos dados. Como acreditamos que o balanço é verdadeiro, debatemos sobre os números apresentados e demonstramos preocupação no que aquilo que a empresa não obteve, como lucro, e defendemos mudanças de procedimentos [para evitar contratos superfaturados e prejuízos]", declarou.