O Projeto de Lei 4330, que trata da terceirização, está colocando o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB) em rota de colisão. Cunha afirmou na quinta-feira (23) que poderá retaliar Renan em votações de matéria de interesse dos senadores, caso o senador atrase a tramitação do projeto que expande a terceirização no país.
"Se o Senado pode segurar projetos, a Câmara pode segurar também", ameaçou Cunha. "Pau que dá em Chico também dá em Francisco. Engaveta lá, engaveta aqui", ironizou.
Perguntado se isso significa chumbo trocado, Cunha respondeu: "Não sei ainda, isso dependerá do conjunto, não só de mim, mas óbvio que a Câmara tem o que segurar", disse.
Por sua vez, Renan preferiu não colocar lenha na fogueira. "Eu não vou discutir isso", afirmou. "Essa polêmica não faz bem não", completou.
O presidente do Senado reafirmou que a proposta tramitará em "tempo normal" na Casa e passará por comissões e ainda será realizada uma sessão temática para discutir o projeto. "Não vamos votar com sofreguidão porque isso é ruim", disse.
Renan disse que a Casa fará uma avaliação criteriosa e sem pressa do Projeto de Lei (PL) 4.330/2004, que regulamenta a terceirização. A votação das emendas e destaques foi concluída na quarta-feira (22) pela Câmara dos Deputados.
“Ter pressa nessa regulamentação, significa, em outras palavras, regulamentar a atividade-fim, e isso é um retrocesso, uma pedalada no direito do trabalhador”, ressaltou o presidente do Senado após breve reunião sobre o assunto com o deputado Paulo Pereira da Silva (SP), o Paulinho da Força Sindical, presidente do Solidariedade.