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Petrobras: balanço do primeiro trimestre sai a partir de 15 de maio

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A Petrobras divulgou nota afirmando que o Conselho de Administração (CA) se reunirá no dia 15 de maio para apreciar as demonstrações contábeis do primeiro trimestre de 2015.

"Esperamos divulgar as demonstrações contábeis ao mercado após a decisão do CA", conclui a nota.

A divulgação do balanço de 2014 aconteceu na última quarta-feira (22), quando o presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, e a diretoria apresentaram os números para a imprensa. A transparência com a qual os dados foram divulgados foi elogiada por especialistas, assim como a eficiência de Bendine, que assumiu a estatal em fevereiro e já vem promovendo mudanças profundas, impactando na sua valorização no mercado e na recuperação da sua confiança. Bendine vem se sobressaindo como um dos principais nomes no quadro dos que no futuro podem servir ao país. 

Petrobras vai lançar novo plano de negócios com foco em investimentos mais rentáveis

O presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, anunciou que o novo plano de negócios será apresentado nos próximos 30 dias, e que principais objetivos são reduzir endividamento da empresa e voltar a mercados onde a Petrobras deixou de participar. A informação foi dada na noite de quarta-feira (22), em coletiva de imprensa para divulgação do balanço auditado e confirmada quinta-feira (23) por diretores em reunião com investidores para apresentação dos resultados. “A prioridade é a desalavancagem da companhia e investimentos em projetos de maior rentabilidade”, disse a diretora de Exploração e Produção da estatal, Solange Guedes. O diretor de Relações com Investidores, Ivan Monteiro, complementou que o plano vai se basear em “preços competitivos e de mercado”.

Monteiro declarou também que "a Petrobras pretende voltar a mercados que não participava há muito tempo". Para ele, a publicação do balanço foi um passo importante para esta volta, e deu o exemplo do mercado de capitais. "A companhia não faz operações neste tipo de mercado há 15 anos. Pretendemos voltar a atuar nesta área". 

>> Petrobras: balanço auditado aponta prejuízo de R$ 21,6 bilhões em 2014

Em relação à possível redução de participação da empresa no Pré-sal, Bendine voltou a negar que isso possa acontecer, mas mas falou sobre futuros investimentos nos campos: "Podemos sim adotar parcerias com outras empresas em casos de altos riscos na exploração, mas no momento não temos nenhum campo com esta característica". 

Solange Guedes informou que a Petrobras está adiando projetos de baixo retorno, com foco em investimentos na exploração de ativos de baixo risco e em novas capacidades do pré-sal, de modo a reduzir gastos em ativos menos rentáveis na área de exploração e produção, no país e no exterior.

>> Balanço da Petrobras é positivo e passa transparência, dizem especialistas

Na reunião com os investidores, na manhã de quinta-feira, Solange também confirmou que os investimentos em ativos de produção do pré-sal que a empresa já possui serão mantidos. “Estamos olhando com atenção ativos nos quais a Petrobras pode compartilhar riscos de toda ordem”. A ideia é agregar valor onde escala e padronização se aplicam. A estatal já está conversando com outras empresas do setor para ter desoneração de capex [despesas de capital] e não está fechada a nenhum tipo de premissa em projetos que possam permitir alto retorno no curto prazo, assegurou.

O desinvestimento projetado para 2015 é de US$ 3 bilhões, com fluxo de caixa, no final do ano, de US$ 20 bilhões, ante saldo inicial de US$ 26 bilhões. A Petrobras considera que a necessidade de captação para 2015 está totalmente coberta. Ela soma US$ 13 bilhões. A empresa trabalha agora para 2016. O cenário para 2015 prevê preço médio de US$ 60 o barril do petróleo Brent, dólar norte-americano a R$ 3,10 e produção total, no Brasil e no exterior, de 2,796 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed).

A expectativa, acrescentou Solange, é que a produção de petróleo e gás natural possa crescer este ano até 4,5%, alcançando 2,886 milhões boed em 2016, com alta de 2%, em função das entradas de novas unidades de produção: Cidade de Itaguaí, Cidade de Maricá, Cidade de Saquarema e Cidade de Caraguatatuba – além de teste de longa duração de Libra.

A meta para o próximo ano prevê investimentos de US$ 25 bilhões, dos quais 82% em exploração e produção – 37% inferior ao investimento projetado, que seria de US$ 39,5 bilhões. Os desinvestimentos para 2016 atingem US$ 10 bilhões. As metas pressupõem preço médio do petróleo Brent a US$ 70 o barril e taxa cambial média de R$ 3,30 por dólar norte-americano.

O diretor de Relações com Investidores confirmou a decisão do presidente da companhia, Aldemir Bendine, anunciada ontem (22), de não pagar dividendos, com a intenção de preservar o caixa da Petrobras. Em resposta, porém, a uma questão levantada por investidor estrangeiro, Monteiro esclareceu que se a companhia tiver lucro em 2015 “pagará juros sobre capital próprio e dividendos, como faz normalmente”. Por outro lado, negou a existência de qualquer projeto de capitalização da empresa por emissão de títulos ou conversão de dívida.

O gerente executivo de Desempenho Empresarial da Petrobras, Mario Jorge da Silva, informou que apesar do prejuízo de R$ 21,6 bilhões, em 2014, a empresa apresentou receita de R$ 337,3 milhões em vendas e houve crescimento de 5% na produção de petróleo e gás natural, que atingiu 2,669 milhões boed, no ano passado.