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Em sintonia com FHC, Serra diz que situação para impeachment 'não está posta'

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Seguindo o mesmo movimento adotado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que declarou neste final de semana que o movimento pelo processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff é precipitado, o senador José Serra frisou que é preciso a constatação de irregularidades para um impedimento do governo, "do ponto de vista legal", situação que "ainda não está posta". O senador abordou o assunto durante palestra na Universidade de Harvard, nos Estados Estados, neste sábado (18). Dias antes, na quinta-feira, o correligionário Aécio Neves disse que a sigla pediria o impedimento de Dilma Rousseff, caso se comprovasse a participação dela no que chamou de "pedaladas fiscais".

Serra também pediu responsabilidade da oposição, destacando que "impeachment não é programa de governo de ninguém". Para Serra, contudo, esse mesmo movimento corresponderia ao desejo de "três quartos da população" brasileira, que estaria insatisfeita com o governo eleito em outubro pela maioria da população.

"É óbvio que a crise é toda responsabilidade do governo. Não é a ação da oposição, nem do Ministério Público, nem do Congresso", aproveitou para salientar, pedindo mobilização da oposição para fazer denúncias, críticas e propostas. 

Serra aproveitou ainda para se dizer "mais à esquerda que o PT", partido que ele chamou de "reacionário". Disse ainda que a proposta de ajuste fiscal do Ministério da Fazenda "piora a curto prazo tudo o que pretendia resolver", apesar do projeto se assemelhar às propostas do PSDB durante a eleição presidencial de 2014.

"O ajuste fiscal é desajustado. Aprofunda a inflação, pela correção dos preços administrados defasados", destacou. "Desacelera a economia, perde a receita, aumenta o déficit. Aumenta juros, portanto aumenta a despesa. Só o aumento de juros que Dilma fez depois de eleita custa 27 bilhões de reais por ano. Isso é metade do resultado primário que se quer obter."