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Janot diz que cabe a PGR definir estratégia de investigação da Lava Jato

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O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disse hoje (17) que cabe ao Ministério Público Federal (MPF) definir a estratégia de investigação da Operação Lava Jato.  Em nota divulgada à imprensa, a PGR declarou que é imprescindível que todas as diligências determinadas à Polícia Federal sejam cumpridas conforme estabelecida pelo órgão.

A nota é a primeira manifestação oficial do procurador-geral sobre as divergências entre o MPF e a Polícia Federal na condução dos inquéritos que investigam deputados e senadores citados na Lava Jato. Na quarta-feira (15), a pedido da procuradoria, o ministro Teori Zavascki, relator dos inquéritos da operação no Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu depoimentos previstos para esta semana. A PGR alegou necessidade de realinhar a estratégia na condução da investigação.

Para os procuradores, os delegados não seguiram a ordem de depoimentos estabelecida pela PGR, conforme a estratégia da investigação. A procuradoria chegou a pedir aos delegados o adiamento das oitivas, mas a PF informou que era necessária uma decisão judicial.

Segundo Janot, a ordem estabelecida para a coleta de provas é fundamental para o sucesso da investigação. “Para garantir a agilidade, utilidade e eficiência das investigações, é absolutamente imprescindível que toda e qualquer diligência seja realizada de acordo com a diretriz estabelecida pelo titular [MPF] da ação penal”, diz a nota.

Ao justificar o pedido de suspensão dos depoimentos marcados para esta semana, a PGR disse que a medida foi necessária, porque seriam “mais proveitosas se realizadas de forma coordenada com outras diligências já em curso”.

Em nota divulgada hoje, a Polícia Federal declarou que as diligências são cumpridas integralmente, conforme determinação do Supremo. De acordo com a PF, os delegados não receberam do MPF nenhuma ordem de preferência para realização dos depoimentos. A PF também ressaltou que as oitivas são acompanhadas por procuradores.

Ontem (17), a Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) criticou o pedido de adiamento e classificou a medida como interferência indevida no órgão.