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Lava Jato: Procuradoria da República quer ouvir produtoras suspeitas de beneficar Vargas

Entre as citadas na ação do MPF está a Conspiração Filmes, uma das mais renomadas do país

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O procurador do Ministério Público Federal do Paraná, Carlos Fernando dos Santos Lima, afirmou nesta quarta-feira (15/4), em coletiva na sede da Polícia Federal em Curitiba, que quer ouvir as produtoras suspeitas de envolvimento no esquema de propina para o ex-deputado André Vargas (PT), preso no dia 10 de abril, durante a 11ª fase da Operação Lava Jato, batizada de ‘A Origem’. Uma das produtoras envolvidas é a Conspiração Filmes.

A Polícia Federal informa que as investigações em torno das movimentações das produtoras no período citado no pedido de prisão de André Vargas - 2009 a 2015 - estão em andamento.  

Segundo o MPF, a agência de publicidade Borghi Lowe Propaganda e Marketing, que tem como cliente a Caixa Econômica Federal e o Ministério da Saúde, teria contratado serviços da Conspiração Filmes para a realização de serviços publicitários. A Borghi Lowe teria orientado a realizar pagamentos de comissões de bônus de volume nas contas das empresas Limiar e LSI controladas por André Vargas e seus irmãos. Além da Conspiração, as produtoras Enoise Estúdios, Luiz Portella Produções, Sagaz Digital, Zulu Fillmes e BH Serviços de Comunicação também são citadas.

Os investigadores suspeitam que contratos da área davam cobertura a “serviços de fachada”, com o objetivo de lavar dinheiro ilícito cujo beneficiário principal seria André Vargas.

Sobre a Conspiração

A Conspiração é uma das principais produtoras do país, atuando há 24 anos no Brasil e no exterior. É sócia da Rio Bravo Investimentos, fundada por Gustavo Franco, ex-presidente do Banco Central no governo de Fernando Henrique Cardoso. É também sócia do Banco Icatu, de Kati de Almeida Braga, filha do banqueiro Antônio Carlos de Almeida Braga.

Com unidades no Rio de Janeiro, São Paulo e em Betim (MG), a Conspiração tem 250 colaboradores fixos. Pedro Buarque de Hollanda é o presidente do conselho de administração e Gil Ribeiro é o diretor presidente. Entre os executivos também estão Leonardo M. Barros, senior vice-presidente internacional, Adrien Muselet, diretor executivo do Cinema, Cristina Lopes, diretora executiva da Publicidade, Eneide Maia, diretora de Planejamento e Controle de Produção, Gustavo Baldoni, diretor executivo de TV, Maria Amélia Madureira de Pinho Leão Teixeira, diretora administrativa e financeira, e Renata Brandão, diretora executiva da Corp/Concept.

Entre os 16 sócios da Conspiração Filmes está o cineasta Andrucha Waddington, que por sua vez aparece listado no escândalo do SwissLeaks como dono de uma conta numerada no banco HSBC, na Suíça. Ele aparece nos registros dividindo uma conta com seu irmão Ricardo Waddington, diretor da uma emissora de televisão.