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Swissleaks: ex-tesoureiro de Serra, Marcio Fortes aparece na lista

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Políticos de cinco partidos aparecem na lista dos 8.667 brasileiros que tinham contas sigilosas no HSBC da Suíça entre 2006 e 2007. De acordo com levantamento de O Globo e Uol, o Estado do Rio de Janeiro tem quatro representantes: o primeiro vice-presidente do PSDB-RJ e ex-tesoureiro de José Serra e FHC, Márcio Fortes, o ex-prefeito de Niterói Jorge Roberto Silveira (PDT-RJ), seu secretário de Obras à época, José Roberto Mocarzel, e o vereador Marcelo Arar (PT-RJ). Procurados pela reportagem, eles negaram ter cometido qualquer irregularidade.

Durante a campanha de Serra à Presidência, em 2002, Fortes usou notas frias e o PSDB chegou a ser multado em R$ 7 milhões. O valor das notas, emitidas por uma empresa fantasma e por outra "inidônea", somavam R$ 476 mil, segundo a Delegacia da Receita Federal de Brasília.

De acordo com o jornal ‘Folha de S.Paulo’, a empresa "inidônea", desativada desde 1996, estaria registrada como sendo Marka Serviços de Engenharia e pertenceria ao secretário-geral do PSDB (1999-2003), Márcio Fortes.

Em 2000, o empresário foi a pessoa física que mais doou ao PSDB — o equivalente a 21% do total arrecadado. Fortes já foi presidente do BNDES (1987-1989) e secretário municipal de Obras do Rio (1993-1994).

Lirio Parisotto, suplente de senador pelo PMDB-AM, e Daniel Tourinho, presidente nacional do PTC, além das duas irmãs do deputado federal Paulo Maluf (PP-SP), também foram citados pelo caso Swissleaks, que abriu contas secretas do banco entre 2006 e 2007.

Os filhos do prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda (PSB-MG) possuem igualmente conta na Suíça, mas justificaram por meio de documentos que os valores foram declarados.

Todos os políticos citados na reportagem negaram ilegalidades relacionadas aos bens no paraíso fiscal (leia mais).

Dois pesos, duas medidas?

A presença de Marcio Fortes na lista do caso Swissleaks traz à tona outras questões, como a repercussão das acusações sobre o tesoureiro do PT, João Vaccari, no caso Lava Jato. Neste caso, a repercussão ganha as manchetes quase todos os dias, com suposições de doações ilegais para campanhas eleitorais do partido. Curiosamente, a presença do nome de Marcio Fortes no caso das contas secretas na Suíça não respinga nas campanhas eleitorais do PSDB. 

Com Brasil 247