ASSINE
search button

Após saída de Cid Gomes, Dilma nega que haverá reforma ministerial

Compartilhar

Após cerimônia no Palácio do Planalto nesta quinta-feira (19), na qual assinou a medida provisória que trata da renegociação das dívidas dos clubes de futebol com a União, estimadas em R$ 4 bilhões, a presidente Dilma Rousseff comentou a saída de Cid Gomes do Ministério da Educação e negou que fará uma reforma ministerial.

"Vou escolher a pessoa boa para a educação e não desse, daquele ou de outro partido. É uma alteração pontual, não tem reforma ministerial. Reforma ministerial é uma panaceia, ou seja, não vai resolver os problemas. O que resolve os problemas nós estamos colocando em prática”, enfatizou. Cid Gomes pediu demissão na quarta-feira (18).

A presidente destacou ainda a importância do Ministério da Educação. "O MEC é um dos ministérios mais importantes do país porque eu tenho o compromisso de construir um caminho para a educação brasileira dando mais passos do que nós já demos", afirmou.

>> Dilma desmente Mercadante

>> "Larguem o osso, saiam do governo", diz Cid a 'oportunistas'

Documento vazado

Dilma comentou ainda o vazamento de um documento reservado do Palácio do Planalto que teria sido elaborado pelo ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social, Thomas Traumann, em que admite que o governo tem adotado uma comunicação "errática" desde a reeleição da presidente Dilma Rousseff, e aponta como saída para reverter o quadro pós-manifestações de 15 de março o investimento maciço em publicidade oficial em São Paulo, cidade administrada pelo petista Fernando Haddad onde se concentra, atualmente, a maior rejeição ao PT. A presidente afirmou que desconhece o documento, que ele não é oficial, e que não houve debates ou discussões com este teor no Palácio do Planalto.

Na ocasião da notícia do vazamento do documento, o JB divulgou editorial destacando que o seu teor realmente parecia equivocado.

Veja a análise do JB:

>> Que barbaridade! Jornal divulga documento sobre comunicação do governo

Que barbaridade! O jornal O Estado de S. Paulo divulga nesta terça-feira um documento reservado do Palácio do Planalto, que teria sido elaborado pelo ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social, Thomas Traumann, em que admite que o governo tem adotado uma comunicação "errática" desde a reeleição da presidente Dilma Rousseff, e aponta como saída para reverter o quadro pós-manifestações de 15 de março o investimento maciço em publicidade oficial em São Paulo, cidade administrada pelo petista Fernando Haddad onde se concentra, atualmente, a maior rejeição ao PT. 

"A análise é que não há como recuperar a imagem do governo Dilma no Estado sem ajudar a aumentar a popularidade do prefeito Fernando Haddad. "Há uma relação direta entre um e outro", diz o documento.

A análise de Thomas Traumann nos parece equivocada. Primeiro, Getúlio Vargas, que foi um grande líder nacional, nunca conseguiu ter o PTB em São Paulo. A revolução de 30, liderada pelos estados de Minas Gerais, Paraíba e Rio Grande do Sul, que culminou com o golpe de Estado que depôs o presidente Washington Luís, em 24 de outubro, impediu a posse do presidente eleito Júlio Prestes e pôs fim à República Velha.

Em 1929, as lideranças de São Paulo romperam a aliança com os mineiros, conhecida como política do café-com-leite, e indicaram o paulista Júlio Prestes como candidato à presidência da República. Em reação, o governador de Minas Gerais, Antônio Carlos Ribeiro de Andrada, apoiou a candidatura oposicionista do gaúcho Getúlio Vargas.

Em 1º de março de 1930, foram realizadas as eleições para presidente da República que deram a vitória ao candidato governista, Júlio Prestes. Porém, ele não tomou posse, em virtude do golpe de estado desencadeado a 3 de outubro de 1930, e foi exilado.

Com dois mandatos de Fernando Henrique Cardoso, quando se gastaram fortunas, inclusive denunciadas na época, na área de comunicação e mídia para eleger o candidato Serra, o presidente eleito foi o Lula. Isso, apesar de todos os gastos e investimentos em Serra.

O que está acontecendo em São Paulo desde as eleições, quando Dilma só teve 35,69% dos votos no segundo turno, é uma reação claramente contra o PT, como bem disse o ex-ministro Bresser Pereira. Até por que, há dois anos atrás, o prefeito eleito foi Fernando Haddad. Não seriam esses dois anos em que se poderia justificar a falta de investimentos. O que existe realmente é o lobby, que não se sabe de quem é, para que São Paulo continue tendo os privilégios, e já tem o mais importante, que é o prejuízo do Rio de Janeiro. 

É a única unidade da federação onde aquilo que produz não é cobrado na hora da produção, que é o grande prejuízo do estado do Rio de Janeiro: o caso do petróleo.

Se a cobrança do imposto fosse na retirada do petróleo, nós nem necessitaríamos de royalties.