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Protestos contra Dilma em São Paulo tomam a Avenida Paulista

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Milhares de pessoas (1 milhão, segundo a PM, e 210 mil, segundo o Datafolha) protestaram neste domingo (15), na Avenida Paulista, em São Paulo, contra o governo e a presidente Dilma Rousseff. Assim como o protesto no Rio, a maior parte dos manifestantes era composta por famílias e integrantes de uma classe social mais elevada, composta basicamente por brancos. 

A maioria dos manifestantes se vestia com as cores da bandeira do Brasil.  Nas faixas levadas pelos manifestantes, críticas contra a corrupção e as medidas econômicas do governo Dilma Rousseff. Havia grupos que defendem o impeachment da presidenta Dilma, e a volta dos militares ao poder, com faixas pedindo “Intervenção militar e renúncia já”.

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Além do Masp, havia outros pontos de concentração de manifestantes na Avenida Paulista, como a sede da Petrobras e a Estação Trianon do metrô. 

Dos cinco carros de som presentes no ato na Avenida Paulista, dois traziam mensagens com pedidos de ação das Forças Armadas para destituir o atual governo. O principal argumento dos locutores dos carros de som e dos textos e panfletos distribuídos à população para defesa da volta dos militares ao poder era a corrupção na política brasileira.

Segundo o empresário Anderson Rocha, que panfletava em favor da intervenção militar, essa ação seria a única capaz “de limpar o Brasil”. “O Brasil está canceroso. A educação e a saúde não funcionam. Não tem outra fórmula”, declarou.

Por volta das 16 horas, um grupo foi detido por policiais militares. Vestidos de preto e denominados Carecas do Subúrbio, o grupo teria rojões escondidos em mochilas. Eles quase foram linchados pelos manifestantes, e tiveram que ser escoltados pela polícia até a delegacia. Durante todo o percurso foram ameaçados pelos manifestantes.

São Paulo e Aécio

Durante as eleições de outubro, o candidato Aécio Neves somou 4,1 milhões de votos na capital paulista e 15 milhões em todo o estado. Levando-se em consideração este dado, e de que Aécio foi um dos grandes incentivadores do protesto deste domingo, a presença de 1 milhão de pessoas no ato chega a ser menor do que o esperado, segundo analistas políticos.  Vale lembrar que deste 1 milhão, muitos não eram eleitores, já que havia muitas famílias com seus filhos. Analistas destacam, baseados nestes dados, que a grande maioria dos eleitores paulistas de Aécio não aderiram ao protesto.

São Paulo na história

Historicamente, São Paulo nunca teve um governo alinhado com as causas trabalhistas. No século passado, na chamada Revolução de 30, provocou o fim da política do café com leite quando quis impor o paulista Julio Prestes à sucessão presidencial do também paulista Washington Luís, quando deveria haver a alternância com Minas Gerais.

Em vários momentos na história, paulistas manifestaram seu preconceito contra outras regiões do país, como o Nordeste, e explicitaram claramente seu desejo de se separar do resto do país. 

Rio Grande do Sul

A manifestação contra Dilma em Porto Alegre, na tarde deste domingo (15), foi marcada por um aspecto inusitado: os organizadores, que normalmente superestimam o número de participantes, contabilizaram 60 mil presentes. Por sua vez, a Brigada Militar e a Secretaria de Segurança Pública do RS, do governador José Ivo Sartori (PMDB), afirmaram que havia quase o dobro: 100 mil pessoas.

Assim como em São Paulo e no Rio de Janeiro, a presença nas passeatas no sul era predominantemente de classe média alta e alta.