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Janot reage a críticas contra investigação da Operação Lava Jato

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O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, reagiu nesta sexta-feira (13) às criticas de parlamentares investigados na Operação Lava Jato. Em reunião com os chefes dos Ministérios Públicos estaduais e do Ministério Público da União, Janot disse "causar espécie que vozes do Parlamento" tenham se aproveitado da CPI da Petrobras para atacar o Ministério Público Federal, órgão responsável pela condução das investigações. 

"Causa espécie que vozes do Parlamento, aproveitando-se de uma CPI instaurada para investigar o maior esquema de corrupção já revelado no país, tenham-se atirado contra a instituição, que começa a desvelar a trama urdida contra a sociedade”, disse. “Pelos esforços do Ministério Público, o esquema foi exposto ao país e será também pela nossa atuação que os verdadeiros culpados irão responder judicialmente e sofrerão as penas cabíveis", completou Janot.

O procurador afirmou que não vai permitir que "interesses ou preocupações que estejam além do Direito" influenciem suas decisões. "Continuo acreditando firmemente que a grande maioria dos homens de bem que integram as nossas instituições não se quedarão inertes; que os cidadãos que pagam impostos e que cumprem com seus deveres cívicos saberão, nessa hora sombria e turva da nossa história, distinguir entre o bem e mal; entre a decência e a vilania; entre aqueles que lutam por um futuro para o país e aqueles que sabotam nosso sentimento de nação", disse.

Janot recordou carta encaminhada a todos os membros do Ministério Público brasileiro, no começo do mês, na qual antecipava o cenário político em que provavelmente estaria enredado o MP, após o afastamento do sigilo das medidas que havia adotado contra diversas autoridades da República com prerrogativa de foro. "De fato, não seriam necessários dons premonitórios. A história ensina algo sobre o presente".

O procurador-geral também pediu apoio para um conjunto de medidas que estão sendo elaboradas para aperfeiçoar o combate à corrupção e a recuperação de ativos. Janot lembrou que a Constituição dotou o Ministério Público de um arcabouço jurídico que pode ser considerado especial em muitos sentidos. Ele explicou que, antevendo os desafios que a democracia brasileira enfrentaria, cuidou o constituinte de 1988 de "criar uma instituição destacada da esfera dos três poderes clássicos, a quem cometeu a responsabilidade de defender a sociedade brasileira, inclusive contra a força, às vezes, do próprio Estado". 


Com Agência Brasil