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Gabrielli diz que corrupção na Petrobras é individualizada e não sistêmica

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O ex-presidente da Petrobras Sérgio Gabrielli afirmou que “não há corrupção sistêmica” na Petrobras. “Isso não quer dizer que não haja corrupção na Petrobras, mas isso é um problema individualizado de alguns criminosos”, disse. Ele está a pouco mais de três horas depondo para a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga irregularidades na estatal.

Gabrielli afirmou que o sistema de contratos da estatal, regido pelo Decreto 2.745/98, tinha controle interno. Segundo ele, essa afirmação é defendida pelos delatores da Operação Lava Jato, como os ex-dirigentes da estatal Paulo Roberto Costa e Pedro Barusco que demonstram a isenção das comissões de licitação da estatal. “Não concordo com a ideia construída de tentar ligar a corrupção de alguns à corrupção da empresa”, disse.

De acordo com o deputado Edmilson Rodrigues (Psol-PA), que questionou Gabrielli sobre o decreto, o decreto é criminoso e facilitou o processo de corrupção na Petrobras. “O Decreto 2.745 era um problema e ele era em grande medida responsável por um processo sistêmico de corrupção”, afirmou.

Pelo decreto, as contratações não têm restrições para aditivos nem limite para serem feitas na modalidade convite, sem edital e com mínimo de três participantes cadastrados ou não. A Petrobras admite que os valores das propostas fiquem entre 15% e 20% acima do valor estimado para a obra.

Combinação

O deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) acusou Gabrielli de ter combinado as perguntas e respostas com o relator da comissão, deputado Luiz Sérgio (PT-RJ). “Os seus antecessores no Senado e na Câmara fizeram combinações”, disse Lorenzoni, em relação aos relatores das CPIs do Congresso e do Senado de 2014. Sérgio falou que o deputado do DEM não tinha dado para sustentar a fala.