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CUT mantém ato para dia 13, mas governo teme consequências

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A Central Única dos Trabalhadores (CUT) mantém o ato nacional marcado para o próximo dia 13, em defesa dos direitos da classe trabalhadora, da Petrobras e da Reforma Política. Em São Paulo, a manifestação será em frente ao prédio da Petrobras, às 15h, na Avenida Paulista. “A CUT não deixará que os trabalhadores sofram o ônus de medidas fiscais pensadas para a economia. Também não permitirá que a Petrobrás, patrimônio do povo brasileiro, seja desconstruída por vontade de especuladores internacionais. Para defender os direitos de todos os brasileiros vamos às ruas!”, afirma Vagner Freitas, presidente nacional da CUT.

O fim das Medidas Provisórias 664 e 665, que alteram direitos da classe trabalhadora, é uma das questões centrais. Outra das bandeiras é a defesa da Petrobras. O coordenador da Federação Única dos Petroleiros (FUP), José Maria Rangel, afirma que a defesa da soberania nacional e do emprego dos petroleiros é urgente. Da mesma forma, o controle das reservas.

Segundo ele, a empresa reúne mais de 86 mil trabalhadores diretos e milhares de indiretos que fazem a estatal ser reconhecida mundialmente por sua excelência. “A Petrobras investe, por dia, R$300 milhões na economia brasileira e sabemos que o Petróleo por muitos anos ainda será a matriz energética do mundo. Nesse contexto, quem tem petróleo tem poder”.

A terceira bandeira é pelo Plebiscito sobre a Constituinte Exclusiva e Soberana para reforma do sistema político. A representante da Secretaria Operativa Nacional do Plebiscito Popular, Paola Estrada, explica que existe uma manobra no Congresso para que se aprove a reforma política pela Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 352/2013, considerada pelos movimentos como a “PEC da Corrupção” porque defende temas polêmicos, como o financiamento privado de campanha eleitoral.

Apesar da mobilização da CUT, o Palácio do Planalto pediu o cancelamento dos atos, pois teme que a manifestação infle os protestos pelo impeachment de Dilma Rousseff, que acontecerão no dia 15. Os articuladores políticos do governo entendem que se o protesto for pequeno, pode demonstrar falta de apoio ao governo até da CUT e, se for grande, a CUT pode perder o controle e a manifestação virar uma pancadaria contra o governo e contra os ajustes na economia.

Afinal de contas, a presidente Dilma Rousseff teve apenas 35,69% dos votos em São Paulo, contra 64,31% de Aécio Neves. Por isso, a manifestação terá apoios de quem?? Ou será mera provocação??

Ex-presidente da central e ex-líder do PT na Câmara, o deputado Vicentinho defende a autonomia dos sindicalistas. "A CUT tem autonomia, eu não posso dar palpite", disse.

Adi dos Santos negou que a manifestação tenha sido marcada para se contrapor aos atos marcados através das redes sociais para o dia 15. "Nossa manifestação é em defesa de direito dos trabalhadores, em defesa da Petrobras, não em defesa do governo", disse Adi.

A manifestação da CUT teria, segundo o presidente da CUT-SP, a participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A promessa foi feita em um protesto parecido ocorrido no Rio na semana passada. "No Rio ele nos disse que queria participar, não sei se está mantido. Esperamos que sim". Segundo o Instituto Lula, a presença do ex-presidente ainda não está confirmada.