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Lava Jato: lista de Janot chega ao Supremo Tribunal Federal

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O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, entregou ao Supremo Tribunal Federal (STF) os pedidos de abertura de inquéritos para investigar políticos citados na Operação Lava Jato. Os casos serão examinados pelo ministro Teori Zavascki, relator das ações relativas ao esquema de corrupção na Petrobras, que deve deferir ou indeferir os pedidos até a próxima sexta-feira, quando também pode tornar o conteúdo público. As denúncias foram baseadas nas delações do doleiro Alberto Youssef e do ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa.

São 28 pedidos de abertura de inquérito e sete de arquivamento referentes a 54 pessoas.

Dezenas de nomes de parlamentares apareceram nos depoimentos dos delatores, entre eles os dos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e Renan Calheiros (PMDB-AL), que negam as acusações. Em outubro do ano passado, a contadora Meire Pôza, que trabalhou para Alberto Youssef, afirmou que o doleiro se reuniu com Renan Calheiros para acertar investimentos do fundo Postalis, dos Correios, em uma empresa de Youssef. O montante envolvido seria de R$ 50 milhões, sendo a metade aportados pelo Postalis.

À época, Renan Calheiros afirmou que "não conhecia a pessoa mencionada no noticiário como 'doleiro' Alberto Youssef e que só soube da existência do mesmo após as informações publicadas pelos jornais'. Ainda segundo nota, Renan "nunca esteve, agendou conversas e nunca ouviu falar de Alberto Youssef e de sua contadora".

Já Eduardo Cunha foi acusado de ter recebido dinheiro do esquema da Petrobras pelo agente da Polícia Federal Jayme Alves de Oliveira Filho, conhecido como ‘Careca’, que teria entregue a propina ao deputado. À Força Tarefa da Operação Lava-Jato, Youssef também teria dito em delação premiada que Cunha recebeu propina por meio de Fernando Soares, o Fernando Baiano. Na época, Cunha admitiu que conhecia Baiano e que o recebeu como representante de empresas espanholas. Contudo, ele negou que recebeu propina.

Site revela que Tião Viana é o governador da Lava Jato

O site Brazil 247 revelou na tarde desta terça-feira que o governador do Acre, Tião Viana (PT), terá pedido de abertura de inquérito no Superior Tribunal de Justiça (STJ) pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Viana é o único dos 27 governadores que será investigado pelo STJ por envolvimento na Operação Lava Jato.

Tião Viana foi citado pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, durante delação premiada nas investigações da Operação Lava Jato, como um dos beneficiários do esquema de pagamento de propinas com recursos da Petrobras.

Segundo o Brazil 247, em relação ao governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB), cujo nome chegou a ser especulado como um dos investigados, o caso será arquivado. 

Ainda de acordo com o site, os presidentes da Câmara e do Senado também estão na lista dos políticos que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, entrega ao Supremo Tribunal Federal para investigar. Renan e Cunha foram avisados pelo vice-presidente Michel Temer de que estariam na relação de Janot.

>> Cunha reage indignado a informação de que estaria na lista de Janot

Segundo aliados, Cunha teria reagido com cólera e disposto a se vingar do governo. Na semana passada, ele afirmou que a "a Câmara não ia parar” por causa da lista. “Primeiro, que não tem processo de cassação. Para começar um processo de cassação vai demorar muito. Tem que ter representação, depois tem que ter admissibilidade, e depois de votar admissibilidade, tem que instaurar o processo. A Casa vai trabalhar normalmente", disse.

Com os dois principais nomes do Congresso Nacional com pedidos de investigação, a crise gerada pela operação Lava Jato dá sinais de que pode estar longe de um desfecho e atingir mais pessoas do que o estimado pelos investigadores, segundo o site.