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Jacques Wagner: lista de Janot trará turbulência

Ministro da Defesa deu aula magna na Escola de Guerra Naval

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Em entrevista à imprensa, após aula magna do curso Superior de Defesa da Escola de Guerra Naval, no Rio de Janeiro, o ministro da Defesa, Jacques Wagner, disse nesta segunda-feira (2) que a possível investigação de políticos supostamente envolvidos no esquema de corrupção de empreiteiras em contratos da Petrobras causará "turbulência" no momento em que o país precisa de "calma e tranquilidade".

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que comanda a equipe de investigadores do Ministério Público Federal, apresentará nesta semana os inquéritos ao Supremo Tribunal Federal (STF).

"Qualquer fato novo com esse tipo de característica de denúncia, de inquérito, tira a tranquilidade momentaneamente de qualquer instituição. Não sei qual é a dimensão, nem a quem atinge. É bom no sentido de que as coisas estão funcionando e é ruim no sentido de que tem turbulência e o país precisa de calma e tranquilidade para tocar. Não a calma da omissão, mas de separar inquérito do funcionamento normal do país", disse Wagner.

"A melhor forma para que as investigações continuem é elas estarem ladeadas pelo funcionamento normal do país. Porque, se começarem a perturbar tudo, daqui a pouco muita gente vai dizer 'acaba logo essa investigação porque o País precisa voltar à normalidade'. É óbvio que tem turbulência", disse o ex-governador da Bahia.

Ele avalia que a nova CPI da Petrobras, que começa a analisar requerimentos esta semana, não chegará a fatos novos. "A CPI terá dificuldade de chegar além do Ministério Público Federal e do Judiciário (...) A CPI em si vira palco, mas dificilmente irá além do que a Polícia Federal já investigou".

Wagner comentou ainda as novas regras de seguro-desemprego. Segundo ele, as medidas são necessárias no momento atual. “O seguro-desemprego é causa ou efeito da rotatividade de mão de obra? Quanto mais elástica a ferramenta social melhor, mas não pode ser demais, senão pode acabar arrebentando”, ponderou. “Uma coisa é trabalhar com 5% de desemprego e outra é com 15%. Não é o mais simpático, mas é o necessário, para recuperar a capacidade de nossa economia crescer”, completou.