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Funcionários da Petrobras criam campanha contra a imagem negativa da empresa 

Com a tag #soupetrobras, funcionários tentam se livrar dos estigmas causados pelo escândalo

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Os funcionários da Petrobras deram início a uma manifestação para expressar a indignação e lutar contra as “feridas” causadas pelo esquema de corrupção a que a empresa foi exposta.

O movimento começou nas redes sociais, usando a hashtag #soupetrobras. Os funcionários da estatal vêm publicando, desde o início da última quarta-feira (11), fotos de si próprios segurando cartazes com os dizeres “Sou melhor que isso #soupetrobras”.

A iniciativa foi das funcionárias Thelma Wiegert e Priscila Norcia, ambas da área de comunicação da empresa, e teve pouca adesão.

"O movimento iniciado por nós não tem nenhum caráter político nem institucional. Foi um movimento espontâneo. Queremos resgatar a credibilidade que foi roubada de todos nós, empregados, e todos os brasileiros. Queremos mostrar que a Petrobras não é só formada por gente envolvida em escândalos", disse Norcia em entrevista à rede BBC Brasil.

Em muitas das imagens, os funcionários aparecem fazendo caretas. Segundo elas, a careta é para associar à expressão ‘sou melhor que isso’. A decisão de criar a mobilização foi tomada durante a mudança na alta cúpula da empresa, que ocorreu na última semana.

Na quarta-feira (4), a então presidente da Petrobras, Graça Foster, e mais cinco funcionários renunciaram a seus cargos. O novo presidente foi escolhido dois dias depois, e o nome vencedor foi o do ex-presidente do Banco do Brasil Aldemir Bendine.

"Decidimos assumir a voz da companhia, em um momento em que a empresa não se manifestava. A 'cara' que tem de aparecer é a do empregado, que constrói a Petrobras dia após dia", afirmou Norcia.

As funcionárias dizem que desde que o escândalo da Operação Lava Jato estourou na mídia, os funcionários da empresa estão sendo alvo de estigma.

Desde setembro do mês passado, a Petrobras já perdeu dois terços do seu valor no mercado. De maior empresa do país, a estatal vale hoje, menos do que empresas como a Ambev, Itaú-Unibanco e Bradesco.

Além da corrupção, a estatal sofre com o alto endividamento, com o atraso na execução de projetos e com o preço baixo do petróleo, perto do menor da história.