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Dono da Setal diz que empreiteiras acertavam licitações desde governo FHC

Augusto Ribeiro Mendonça afirma que cartel se consolidou com Duque e Costa

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Em depoimento à Justiça Federal do Paraná, nesta segunda-feira, o dono da Setal Engenharia, Augusto Ribeiro de Mendonça, reafirmou que o "Clube das Empreiteiras" existia desde o governo de Fernando Henrique Cardoso, na década de 90, mas só se consolidou com a chegada dos ex-diretores Paulo Roberto Costa e Renato Duque. 

Mendonça disse ainda que, em 2004, o cartel foi ampliado para 16 empreiteiras a pedido dos dois ex-diretores da Petrobras. “Isso passou a ter efetividade, de fato, a partir de 2004, quando este grupo negociou com os dois diretores, Paulo Roberto e Renato Duque, de modo que a lista de convidados fosse restrita às empresas que participasse desse grupo. A partir daí, durante um período, o resultado dessas reuniões, dessas escolhas, passou a ser mais efetivo”, explicou.

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O dono da Setal disse também que, com a saída de Duque e Costa da estatal, entre 2011 e 2012, o cartel deixou de funcionar. Segundo ele, com a nova diretoria, comandada por Graça Foster, não houve mais interlocução.

O consultor da Toyo-Setal e da Camargo Correa, Júlio Camargo, também prestou depoimento e reafirmou que o pagamento de propina na Petrobras era um "compromisso institucionalizado", a "regra do jogo". 

A Justiça Federal também ouviu a ex-contadora do doleiro Alberto Youssef, Meire Poza, o laranja Leonardo Meirelles, e o delegado da Polícia Federal Marcio Anselmo.