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Foster deixa presidência da Petrobras no fim do mês

Toda a diretoria da estatal também saírá

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A presidente da Petrobras, Graça Foster, deixará o cargo até o final do mês. Toda a diretoria da estatal sairá junto com ela. O movimento foi acertado em reunião que durou três horas, na tarde desta terça-feira, no Palácio do Planalto, em Brasília, convocada pela presidente Dilma Rousseff. 

Segundo o site Brazil 247, a presidente da Petrobras ficou com uma 'lição de casa', dada pela presidente: estabelecer um número para o prejuízo financeiro causado pelo escândalo de corrupção dentro da companhia. Nenhum nome em substituição a Graça foi divulgado. No entanto, o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles é um nome cotado para assumir a Petrobras.

A Secretaria de Imprensa da Presidência da República informou que Dilma chegou ao Planalto por volta das 14h, após retornar de viagem que fez na manhã desta terça a Campo Grande (MS), onde inaugurou uma unidade da Casa da Mulher Brasileira.

Logo depois, ela se reuniu com Foster, que deixou o Palácio por volta das 17h20. Na saída, a presidente da Petrobras disse apenas que a reunião tinha sido boa, "como sempre". Indagada se estava deixando a presidência da estatal, ela apenas sorriu.  

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De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, o Palácio do Planalto já teria informado a decisão a Foster mesmo antes da reunião desta terça. O Planalto, no entanto, ainda não confirmou oficialmente a saída de Graça.

De acordo com a publicação, teria pesado na decisão de Dilma a divulgação, semana passada, de que a Petrobras deveria baixar seus ativos em R$ 88 bilhões, segundo o balanço do terceiro trimestre.

Outro fator que teria pesado na decisão é a forte pressão emocional que vem sofrendo Graça Foster, amiga pessoal de Dilma.

Mais uma agência rebaixa nota da Petrobras

Na tarde desta terça-feira a Petrobras (PETR3; PETR4) teve seu rating rebaixado pela agência de classificação de risco Fitch na tarde desta terça-feira (3). A nota da estatal foi de BBB para BBB-, ainda dentro do grau de investimento, mas com perspectiva negativa.

Segundo a agência, a redução se deu por conta da incerteza acerca da capacidade da petroleira de estimar e registrar ajustes em seus ativos fixos dentro do prazo necessário. Além disso, o corte também reflete o impacto do escândalo de desvio de dinheiro dos cofres da petroleira descoberto pela Operação Lava Jato da Polícia Federal.

A Fitch ainda diz que os ratings da estatal continuam ligados ao soberano do Brasil, devido à sua importância para o País como fornecedora "quase monopolística de combustíveis". "Excluindo o apoio implícito e explícito do governo, a qualidade de crédito da Petrobras não é compatível com um rating grau de investimento", afirma a agência.