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Rio e São Paulo: mais um dia de protestos contra aumento das passagens

Na capital paulista, PM usou bombas de gás para reprimir manifestantes

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Rio de Janeiro e São Paulo tiveram mais um dia de protestos contra o aumento das passagens de ônibus, organizados pelo Movimento Passe Livre (MPL). Os atos foram marcados pelas redes sociais e os ativistas pediam tarifa zero para os transportes públicos. No Rio, a concentração dos manifestantes aconteceu na Candelária, no Centro. Em São Paulo, cerca de mil ativistas saíram da Praça do Ciclista por volta das 18 horas, seguindo pela Avenida Paulista. 

Na capital paulista, a Polícia Militar reprimiu com bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral a manifestação. Após a ação da PM, houve correria no centro da cidade, e algumas agências bancárias foram depredadas. De acordo com a PM, dez pessoas foram detidas.

A confusão começou em frente ao prédio da prefeitura, quando os manifestantes se preparavam para seguir em marcha até a Secretaria dos Transportes Metropolitanos, do governo do Estado, também no centro. Manifestantes arremessaram uma garrafa e dispararam fogos de artifício em direção aos policiais que protegiam o prédio da prefeitura – sem atingi-los –, o que foi suficiente para que a PM revidasse com uma série de bombas no meio da multidão.

Houve correria, e algumas pessoas passaram mal por conta do gás lacrimogêneo. Os atos de vandalismo foram registrados após a ação da PM, quando manifestantes se dispersaram pelas ruas do centro e pelo Vale do Anhangabaú. De acordo com a Polícia Militar, o vidro de uma viatura foi quebrado a pedradas e três agências bancárias foram depredadas - Banco do Brasil na rua Xavier de Toledo, Caixa Econômica Federal na rua Líbero Badaró e CityBank na avenida São João

Na sexta-feira passada (9), o ato realizado em São Paulo também acabou em muita confusão e correria pela Avenida Paulista. Mais de 50 participantes foram detidos. "Não concordamos com a postura de alguns manifestantes, mas não é função do MPL identificar, julgar ou criminalizar quem está nas ruas, protestando contra a violência diária do transporte e suas tarifas", destacou uma nota enviada na tarde desta sexta (16) pelo MPL. 

No Rio, os manifestantes começaram a caminhada por volta das 18h, fechando uma das pistas da Avenida Presidente Vargas, em direção à Central. Muitas pessoas carregavam faixas pedindo também a liberdade de ativistas presos em protestos anteriores. A PM informou, por volta das 19 horas, que cerca de 500 pessoas acompanhavam a manifestação.  

O reajuste das passagens de ônibus no Rio foi de 13% e entrou em vigor no dia 3 de janeiro. A tarifa passou de R$ 3 para R$ 3,40, o que levou o Ministério Público contestar o aumento na Justiça, alegando que a elevação aconteceu acima da inflação registrada no período.

Os manifestantes chegaram, por volta das 19 horas, na Central do Brasil. Um grupo seguiu pela pista central da Avenida Presidente Vargas, deixando as pistas laterais liberadas ao trânsito. Entre os manifestantes, um homem vestido com uma camisa do Brasil carregava um cartaz lembrando o atentado em Paris, no semanário Charlie Hebdo. 

A caminhada pacífica chegou em frente à prefeitura do Rio por volta das 19h40. O trânsito ficou complicado na região, com o bloqueia da Avenida Presidente Vargas, na altura da Cidade Nova, em direção à Candelária. A pista central da Presidente Vargas também foi interditada pelos manifestantes, no sentido Praça da Bandeira.

Na Central, por volta das 20h10, um dos acessos do Metrô foi fechado e houve início de tumulto. PMs usaram spray contra manifestantes mascarados.