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Multidão faz festa para Dilma Rousseff em frente ao Congresso

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As garrafinhas de água e as sombrinhas foram confiscadas, mas a multidão estava disposta a enfrentar o sol forte e a possibilidade de chuva para acompanhar de perto a solenidade de posse da presidente Dilma Rousseff.  A maioria viajou mais de três dias até Brasília para chegar cedo e garantir um lugar atrás do alambrado no gramado em frente ao Congresso Nacional.

Nas caravanas de várias partes do país, militantes do PT e integrantes de associações, sindicatos e movimentos sociais se juntaram aos populares para saudar pessoalmente a presidente.

Edezio Vieira, despachante do Detran trouxe do município mineiro de Contagem uma grande bandeira vermelha que ele pintou à mão e na qual escreveu “Coração Valente”, lema da campanha de Dilma à reeleição. Com o presente veio também uma carta de apoio.

“Fiz essa bandeira com muito orgulho, como símbolo de batalha e luta para eleger uma guerreira que enfrentou a amarga ditadura e renasceu para o povo brasileiro. Ofereço meu simples e singelo presente”, diz um trecho da carta de Edezio.

Pedidos

Muita gente também aproveitou a oportunidade para fazer reivindicações. Do Piauí, estado em que a presidente obteve quase 80% dos votos no segundo turno, vieram três ônibus e um pedido da Associação de Mulheres para a reabertura do Centro de Aprendizagem e Produção de Teresina.  Catarina de Jesus da Silva explicou que o local, agora fechado, se destinava antes à promoção de cursos de preparação de mulheres jovens e adultas para o mercado de trabalho.

Lucicleide de Siqueira é filiada ao Sindicato dos Professores de Pernambuco.  Ela veio à capital federal pedir à presidente mais hospitais psiquiátricos para o seu estado. Segundo a professora, os doentes mentais do Recife estão abandonados.

- Os que têm mais sorte ainda são tratados em casa mesmo pela família, mas muitos ficam pela rua - explicou.

Festa

Na chegada ao Congresso Nacional, Dilma foi recepcionada pela multidão que gritava seu nome, agitava bandeiras, cantava, soltava fogos e registrava tudo nas fotos tiradas pelos milhares de celulares.

No meio do povo, mesmo depois de várias horas de pé e muito calor, estava a animada Maria das Graças Pires, que é vendedora autônoma. Ela veio de Belém em um dos nove ônibus da caravana do Pará. Enfrentou a longa viagem para arriscar a sorte: queria falar com a presidente. Para dizer o quê?

- Que eu gosto muito dela. Já vi ela bem de pertinho uma vez, mandei beijinho, mas agora se der certo, eu quero  dizer isso para ela, que votei nela sempre - disse.

Dessa vez, Maria das Graças teve a chance de acenar para Dilma, que retribuiu o gesto e sorriu ao passar bem ao lado da vendedora no Rolls-Royce presidencial, na saída, em direção ao Palácio do Planalto.

Agência Senado